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A historiografia moderna consolida a relevância do jornalista como historiador, testemunha da época, ouvindo os personagens que fizeram momentos históricos relevantes. Deixa aos estudiosos do futuro um material com a versão vista e vivida, a ser examinado com os registros oficiais.

Na história recente do Brasil, tem sido preciosos os livros da lavra de jornalistas. O pequeno, mas definitivo, “A Renúncia de Jânio”, em que Carlos Castello Branco discorre sobre a desistência de Jânio Quadros, em cujo gabinete trabalhou muito jovem, retrata a verdade dos fatos e dos protagonistas do inacreditável episódio pela dimensão da irresponsabilidade de quem ocupava a Presidência da República.

O jornalista Pedro Rogério, mineiro radicado em Brasília, criado entre livros, em seu trabalho recentemente publicado, com entrevista inédita do Marechal Lott e detalhada descrição dos movimentos contra JK por parte de oficiais da Aeronáutica, em Aragarças e Jacareacanga, ouvindo os próprios participantes das duas aventuras quixotescas, lança luz sobre aqueles anos.

O Marechal Lott, que foi o candidato das esquerdas na sucessão de JK, por exemplo, se revela de maneira insofismável como anticomunista, o que apaga a imagem de um ingênuo militar manipulado pelos comunistas criada por Carlos Lacerda. Lott afirma que, caso a UDN tivesse escolhido Juraci Magalhães como candidato, ele não teria sido candidato.

A abordagem de Fernando Gabeira dos movimentos contrários ao regime militar que optaram pela luta armada são esclarecedores das intenções dos jovens de implantar no Brasil a ditadura do proletariado, e não a democracia que hoje muitos alegam ter defendido. Gabeira é jornalista de merecido sucesso. Outro que será precioso aos futuros estudiosos é Sebastião Nery, com livros que retratam fielmente aqueles anos. Sem falar no icônico “1968”, de Zuenir Ventura. O mesmo período tem em mais de um livro de Carlos Chagas a narrativa fiel dos acontecimentos vividos e acompanhados por ele, um importante cronista político daqueles anos.

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