Pessoas que movem o mundo .
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Por Alberto Rostand Lanverly - presidente da Academia Alagoana de Letras | Edição do dia 02/10/2024 - Matéria atualizada em 02/10/2024 às 04h00
O ser humano retrata complexa combinação de virtudes e defeitos, traços que moldam sua essência e tornam cada indivíduo único. Desde criancinha, entendi que uma das mais importantes das minhas qualidades era ser torcedor do CSA. Portanto, seguindo esse princípio, dias atrás compareci ao “Rei Pelé”. onde assisti a última partida do maior de Alagoas, no campeonato brasileiro série C.
Lá chegando, como de costume, mesmo faltando mais de uma hora para o início do jogo, o estádio estava superlotado. Já acomodado, passei a analisar o comportamento dos presentes, ao tempo em que um folgado esboçava invadir meu espaço, sem sucesso.
Alguns, tentavam degustar um churrasquinho de gato, rasgando a carne com os dedos das mãos, pois os dentes já lhe faltavam. Outros, bem elegantes, ostentavam certa empáfia. Em comum, todos estavam felizes.
Mais adiante, enxerguei criaturas que se assemelhavam a faróis, iluminando o caminho de outros que tentavam bem se situar. Mais adiante, vi alguns que preferiam o anonimato, pareciam atuar nos bastidores, mas cuja presença era indispensável para fortalecer o ânimo do clube.
Alguns pareciam viver com intensidade aqueles instantes, gritando, pulando, tudo isso em contraponto com os mais serenos, movendo-se com sossego tal que acalmava até os decididos somente a xingar tudo e todos, mesmo não existindo torcida adversária para provocar, sem falar nos que demonstravam serem mestres em conexões, abordando conhecidos e desconhecidos, expondo ideias as mais variadas.
E naquela massa humana ratifiquei que o planeta é composto por fascinante diversidade de pessoas, cada uma trazendo consigo universo repleto de singularidades e também pensamentos e sentimentos próprios.
Deixei a praça de esportes encantado, não somente pela vitória do time que veste azul, mas por haver fortalecido a ideia de que são as pessoas que movem o mundo, com o sopro leve do seu pensar, que como brisas desvendam caminhos, que acendem sonhos até nas noites mais escuras, além do que, de alguma forma, ali se entrelaçam histórias, sonhos, medos e esperanças distintas.