Sete maravilhas

LINCOLN CAVALCANTE * - Quais os extraordinários monumentos construídos na antigüidade e conhecidos sob o título de “As Sete Maravilhas do Mundo”? Desde o ginásio, aprendemos: - Jardins Suspensos da Babilônia, Farol de Alexandria, Templo de Ártemis, Túmulo do Rei Mausulo, Estátua de Zeus, Colosso de Rodes e as Pirâmides do Egito. Entre todas, estão até hoje de pé, em Gizé, as Pirâmides, apenas. Nos estudos dos tempos modernos, seriam outras as “Sete Maravilhas”. Vamos citá-las com mais detalhes. Ainda existem. Vale a pena visitá-las, contemplá-las, de viso, ao menos, tal os bons fados já me permitiram a cinco delas. Foram, e ainda são, as maravilhas sete: - As Muralhas da China, a Torre Eiffel, a Catedral de Chartres (França), o Mausoléu Taj Mahal (em Agra, norte da Índia, sem dúvida um dos edifícios mais belos do mundo), o Canal do Panamá e o Empire States (New York). E quais seriam as “Maravilhas do Brasil”? Não há listagem consensual, de tantas que podem ser. Arrogo-me a relacioná-las ao meu gosto. A primeira, o próprio Brasil, como um todo! Nosso país continente, “terra de todas as gentes, que beleza, tem Carnaval”... Mais ou menos assim cantado, adorado, versejado, invejado, por sermos a maior civilização tropical... do mundo! Depois, Brasília, uma moderna capital erguida, em poucos anos, no despovoado Planalto Central, graças ao arrojo do Juscelino e o engenho e arte de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Seguem-se, sem preocupação com prioridades: O Cristo Redentor, nos altos do Corcovado, abençoando e melhor visualizando o mais lindo lugar... do mundo, a cidade maravilhosa do Rio de Janeiro; nela, também, a Ponte Rio-Niterói, com seus 14 quilômetros, e o Sambódromo da Marquês de Sapucaí, o palco e passarela do maior carnaval... do mundo; a Bahia, com suas igrejas, suas ladeiras, seu casario colonial, seu folclore e suas tradições fiéis à herança cultural, sobretudo quanto às crenças, cozinha e ritmos africanos; as hidrelétricas de Itaipu, de Tucuruí, do Xingó, e outras tantas alavancas para o nosso desenvolvimento (ao menos, crescimento...), inclusive a usina pioneira de Delmiro Gouveia, em Angiquinhos. Está faltando uma maravilha, entre as primeiras a serem lembradas. Qual será? – o Maracanã! Este bem merece mais uma exclamação! Ei-lo, de pé, crescentemente melhorado – o maior estádio... do mundo, para ser o templo do esporte mais popular... do mundo. Graças ao seu exemplo, vieram o Mineirão, o Castelão, o Morumbi, o Beira-Rio, o Machadão, o nosso Trapichão, e dezenas de outros rimando em “ÃO” ou com denominações diversas, quase em todas as capitais ou grandes cidades. Escusas pelos lugares comuns das exclamações, das exaltações. Além da xenofobia patriótica, perdoem-me bem mais pela ousadia ou heresia das conclusões. a) A “pátria em chuteiras” superou, de largo, a termos de povo, os feitos da pátria em perneiras, ou com cornetas, ou com tamborins, ou com rosários, cruzes, estandartes ou símbolos quaisquer, que não fossem a bandeira nacional e o verde-amarelo das camisas da seleção; b) As nossas “sete maravilhas” passam a ser – e por muito tempo – as monumentais 7 vitórias consecutivas dos únicos e invictos pentacampeões; c) É pouco, muito pouco, cantar-se, ao hino do passado: ### “Noventa milhões em ação, Pra frente Brasil, Salve a Seleção”... ### porque, doravante, o canto será ### “170 milhões em ação, Pra frente Brasil Pentacampeão!”... ### d) Imitando cordéis de feira, rime, agora, a Pátria inteira; cantando, bem se compare, na nossa família Scolari, o Felipão, o grande guia, com o “Farol de Alexandria”. ### E os “filhos” do Felipão, na Coréia ou no Japão, craques, todos, afamados, na reserva ou escalados, no banco ou com a bola nos pés, clones de Garrincha e Pelé! (*) É PROF. APOSENTADO DA UFAL, MEMBRO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO E DA ASSOCIAÇÃO ALAGOANA DE IMPRENSA