app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5899
Opinião

Valeu, Maria C�ndida!

| MIRIAN GUSMÃO CANUTO * Há dias, recebo um telefonema convidando-me para uma comemoração natalícia. Tratava-se da “promoter” Betânia do Carmo, sempre atenta aos amigos, informando o aniversário de Maria Cândida Palmeira. Lembrei-me de que há dois anos e

Por | Edição do dia 03/09/2008 - Matéria atualizada em 03/09/2008 às 00h00

| MIRIAN GUSMÃO CANUTO * Há dias, recebo um telefonema convidando-me para uma comemoração natalícia. Tratava-se da “promoter” Betânia do Carmo, sempre atenta aos amigos, informando o aniversário de Maria Cândida Palmeira. Lembrei-me de que há dois anos estava eu em Jaipu, na Índia, quando às 4h da madrugada meu celular tocou. Percebi ser do Brasil devido ao fuso-horário. Era Betânia, agendando a mesma festa. Na quinta-feira, 28 de agosto, como habitualmente, leio a Gazeta de Alagoas. Chego às colunas sociais. Maria Cândida assim começava: “Nós devemos ser a mudança que queremos ver o mundo” (Gandhi). Profundo e coerente. Gostei! Em seguida, com o título “Cock”, a colunista lembra de que “a partir das 18h estaria recebendo um punhado de amigos para um abraço carinhoso” e continua: “Afinal, vencemos com a Graça de Deus mais 365 dias. Obrigada”. A vida abruptamente muda nossos planos. Recebeu sim, Maria Cândida, amigos consternados chorando a sua perda. Nascida em São Miguel dos Campos, era orgulhosa de sua cidade natal. Fazia parte da “Família Gazeteana” há 46 anos. Sempre atenta e presente aos principais encontros sociais da cidade, ler suas crônicas fazia parte da rotina dos alagoanos. Suas irmãs Maria José e Ana Lúcia e o sobrinho Léo Palmeira seguiram-lhe na profissão. Transmitia através de seus textos suas preferências e contestações. Católica fervorosa iniciava sua coluna com mensagens espiritualistas. Há uns dois meses, em um desses encontros sociais, confidenciou-me não estar bem. Queixou-se de insônia. Apresentava pouco ou quase nenhum brilho nos olhos. Fiz algumas recomendações médicas. Tentei animá-la. Nosso último encontro foi há semanas, no aniversário do também colunista, Bráulio Pugliesi. Juntamente com dona Lisete Lyra, conversamos, falamos de viagens e rimos de alguns fatos pitorescos. Achei-a bem. Sexta-feira, 29 de agosto, abro a Gazeta de Alagoas e constato um triste cenário: “Alagoas dá adeus a Maria Cândida”, e, em reportagem de Lelo Macena, um resumo de sua trajetória de vida. A sociedade sente saudades. Personalidades e autoridades fizeram-lhe homenagens e considerações justas. Cândida, como disse Ghandi, você foi a mudança que desejou ver em Alagoas: profissional digna e dedicada, divulgou e estimulou sempre eventos sociais, tornando-se um ícone na História de Alagoas. Valeu, Maria Cândida! (*) É médica e empresária de turismo.

Mais matérias
desta edição