Transporte ferrovi�rio: a salva��o da lavoura!
| JOSÉ MARQUES DE LIMA * Chega a ser inacreditável quando examinamos mais detidamente a situação atual da malha ferroviária existente no País, pois, se contávamos com mais de 60 mil quilômetros de trilhos operantes, hoje não temos nem 30 mil quilômetros
Por | Edição do dia 04/09/2008 - Matéria atualizada em 04/09/2008 às 00h00
| JOSÉ MARQUES DE LIMA * Chega a ser inacreditável quando examinamos mais detidamente a situação atual da malha ferroviária existente no País, pois, se contávamos com mais de 60 mil quilômetros de trilhos operantes, hoje não temos nem 30 mil quilômetros ativos. Apesar da inequívoca vocação e potencial hidroviário e ferroviário para transportar passageiros e cargas com expressiva economia, os governos passados optaram prioritariamente pelo transporte rodoviário. Até dá para entender momentaneamente essa opção, pela necessidade de fortalecer no País a indústria automobilística, mas convenhamos que o desmantelamento ferroviário da forma como foi executado, nos leva a conclusão lógica de que não foi feita uma avaliação mais profunda e criteriosa dos incalculáveis prejuízos de ordem social e financeira advindos dessa opção. O governo federal vem incansavelmente, resgatando o transporte ferroviário, dotando o sistema de uma atualização tecnológica na sua operacionalização técnica, sem esquecer sua importância no âmbito social. Especificamente quanto a CBTU, responsável pelo transporte urbano de pessoas, é intenção da companhia, definir e implantar uma qualidade de transporte nivelado aos principais países do primeiro mundo, com a aquisição dos VLTs, Veículos Leves sobre Trilhos, prioritariamente para as capitais nordestinas. A circulação normal de trens no Brasil faz muita falta, principalmente quando lembramos a nossa extensão territorial/continental de quase 9 milhões de quilômetros quadrados, a espetacular produção de grãos, álcool combustível e ainda produtos da agropecuária, manufaturados industriais com expressiva economia no custo por tonelada, e tudo isso sem falar da importância do ir e vir de pessoas. O transporte ferroviário é sem a menor sombra de dúvidas, o mais importante agente de inclusão social no Brasil, com tendência a uma inominável grandiosidade. E como bem o disse o Engenheiro Marcus Quintela, diretor técnico da CBTU, em um de seus artigos publicado na imprensa nacional, o transporte público sobre trilhos não foi feito para dar lucro financeiro, mas social, e essa é uma verdade incontestável. Estamos caminhando para o advento do primeiro trem-bala no Brasil, unindo em um primeiro momento, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo; só esse importante fato, demonstra claramente, a existência de um célere processo de ferroviarialização, que esperamos seja em caráter definitivo no País. (*) É superintendente da CBTU-Maceió.