Corrida pela vida - Editorial
Além da onda de violência decorrente das disputas eleitorais, segue igualmente preocupante a realidade cotidiana da segurança pública em Alagoas. Malgrado o esforço da polícia alagoana, que tem buscado se reinventar em meio à cruenta guerra sem quartel
Por | Edição do dia 05/09/2008 - Matéria atualizada em 05/09/2008 às 00h00
Além da onda de violência decorrente das disputas eleitorais, segue igualmente preocupante a realidade cotidiana da segurança pública em Alagoas. Malgrado o esforço da polícia alagoana, que tem buscado se reinventar em meio à cruenta guerra sem quartel contra o crime organizado, os problemas ainda parecem andar bem à frente das respostas dos defensores da lei. A cada notícia, fica a impressão de que os bandidos estariam sempre tomando a iniciativa. Ações como a desencadeada em Arapiraca se fazem merecedoras de elogios por serem aplicadas em áreas onde a impunidade parece crônica. Mas os resultados, não obstante positivos, apresentam-se para a opinião pública como ainda insuficientes, ou incompletos, dado o volume de ocorrências insolúveis acumuladas durante anos a fio, quiçá décadas. Certo é ter-se consciência de que problemas tão fortemente enraizados como o crime organizado, o crime de mando e o crime político não podem ter solução satisfatória de um dia para outro. Esta é uma guerra sem prazo para acabar, o que nos leva a ter como referência de resultados cada saldo de cada batalha isolada e a seqüência dessas batalhas. Estamos indo mais ou menos bem na seqüência das iniciativas contra o crime organizado, mas os resultados de cada investida parecem não abalar muito o moral dos bandidos. Ao receber os elogios pelas ações deflagradas, as autoridades policiais precisam prestar ainda mais atenção aos reclamos e às denúncias da sociedade. Os resultados de cada operação precisam ser ampliados, assim como o ritmo das operações precisa ser acelerado, pois as quadrilhas de todos os tipos acumularam uma dianteira razoável e, como para manter a distância, parecem acelerar suas máquinas criminosas. Esta é uma corrida que a sociedade sã não pode mais ficar para trás.