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Nº 5899
Opinião

A palavra que “cura”

| SUZY MAURÍCIO * Em 27 de agosto comemoramos o Dia do Psicólogo, profissional que utiliza a palavra e a escuta (especializada) como seu instrumento de trabalho, além de técnicas e instrumentos exclusivos da sua área de atuação. A psicologia, como ciênci

Por | Edição do dia 09/09/2008 - Matéria atualizada em 09/09/2008 às 00h00

| SUZY MAURÍCIO * Em 27 de agosto comemoramos o Dia do Psicólogo, profissional que utiliza a palavra e a escuta (especializada) como seu instrumento de trabalho, além de técnicas e instrumentos exclusivos da sua área de atuação. A psicologia, como ciência, estuda o comportamento social do homem, este entendido como protagonista da construção de sua identidade e das representações sociais presentes no meio em que vive, das crenças, valores, costumes, nas formas de ser, agir e interagir particulares de cada canto do planeta. A atuação individualizadora e compartimentada da clínica, a mais tradicional, vem dando espaço ao coletivo e social, intervenção crescente do fazer do psicólogo na contemporaneidade. Há um grande mito a cerca do papel deste profissional. Comumente confundido com o psiquiatra (médico com residência em Psiquiatria), e com grandes índices de evitação por se pensar que psicólogo cuida de “doido”, e portanto as pessoas temem a ida ao consultório psicológico para não ser estigmatizado. Acontece que, atualmente, esta concepção de necessidade do auxílio do psicólogo vem mudando, com a grande demanda de “doenças” que à luz da medicina não se encontram as causas, a psicossomática revela o que Freud já dizia há mais de um século, as emoções e os conflitos adoecem o corpo. Naquela época, ele que era médico, descobriu que a “cura” para as paralisias e cegueiras inexplicáveis de suas pacientes clássicas, poderiam ser perfeitamente revertidas a partir da associação livre, onde o paciente era induzido a falar livremente sobre suas questões pessoais, resultando na minimização dos sintomas.O adoecer é um processo complexo, cuja investigação transcende à área médica. Há casos em que a doença é produzida, inconscientemente, para que o sujeito recebe ganhos secundários como atenção e carinho. O grande impasse para a superação das dificuldades humanas consiste na falta de conscientização da pessoa sobre o que se passa consigo (intimamente), a psicoterapia consiste em propiciar a quem busca este cuidado, a conscientização do que lhe “atormenta” , do que o impede de continuar a realizar suas atividades habituais sem danos. Partindo deste ponto, a inserção do psicólogo torna-se fundamental na clínica, nas políticas públicas, no poder, no ambiente, na escola, no hospital e sobretudo na comunidade e no meio social. É grande o número de programas sociais onde o psicólogo está inserido, a exemplo do Paif – Programa de Atenção Integrado à Família, do Ministério Social e de Combate à Fome. (*) É psicóloga clínica ([email protected]).

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