Ano novo, hora de pensar de novo .
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Por Alessandro Almeida - diretor comercial da construtora MRV no Nordeste | Edição do dia 05/02/2025 - Matéria atualizada em 05/02/2025 às 04h00
A liderança tradicional muitas vezes premia a consistência e a firmeza de opinião. Contudo, no ambiente corporativo atual, a rigidez pode ser um obstáculo. Cada vez mais, gestores precisam abandonar certezas absolutas e adotar uma mentalidade que privilegia a dúvida e a curiosidade. Isso significa questionar decisões tomadas, revisitar políticas organizacionais e aceitar que o mundo ao nosso redor está mudando em um ritmo acelerado.
Muitos líderes ainda operam com base em paradigmas ultrapassados, como a crença de que produtividade está vinculada a controle ou que erros são sinônimo de fracasso. A verdade é que, em tempos de mudança, incentivar a criatividade é fundamental. Isso requer que líderes estejam dispostos a questionar suas próprias suposições e a ouvir mais ativamente. Afinal, como podemos esperar que nossas equipes cresçam se nós mesmos não demonstramos abertura para mudar?
Outro ponto essencial para a liderança é a capacidade de lidar com viéses. Todos os líderes, independentemente de experiência ou formação, têm tendências inconscientes que influenciam suas decisões. Seja o viés de confirmação – buscar apenas informações que reforcem crenças existentes – ou o viés de desejabilidade – ver apenas aquilo que desejamos que seja verdade. Reconhecer esses viéses é o primeiro passo para superá-los, permitindo que a tomada de decisão seja mais clara e baseada em dados.
Para repensar em liderança, é importante também criar espaços para o conflito construtivo. Grant sugere o conceito de “clube da luta positivo”, onde ideias são desafiadas de forma respeitosa, promovendo debates que levam ao aprendizado. Em um contexto de equipe, isso significa não apenas encorajar a participação, mas também valorizar perspectivas divergentes e abrir mão da posição hierárquica para ouvir verdadeiramente. Essa abordagem pode gerar soluções inovadoras e fortalecer a colaboração.
Dessa forma, o começo de um novo ano é um convite para abandonar o piloto automático e adotar a intenção consciente de evoluir. Isso não significa desprezar o que funcionou até aqui, mas estar disposto a desaprender e reavaliar.
Que em 2025 possamos todos aceitar o desafio de pensar de novo e, com isso, construir ambientes de trabalho mais humanos, adaptáveis e inspiradores.