Avan�o comedido - EDITORIAL
Em julho último, divulgamos, com base nos levantamentos da própria Secretaria da Defesa Social, que somente no primeiro semestre do ano foram notificados 1.107 assassinatos no território alagoano. Um dos piores índices de homicídios na história do Estado,
Por | Edição do dia 13/09/2008 - Matéria atualizada em 13/09/2008 às 00h00
Em julho último, divulgamos, com base nos levantamentos da própria Secretaria da Defesa Social, que somente no primeiro semestre do ano foram notificados 1.107 assassinatos no território alagoano. Um dos piores índices de homicídios na história do Estado, cuja população é estimada em 3 milhões de habitantes. No mês seguinte, o Conselho Estadual de Segurança cobrava da mesma secretaria informações sobre cerca de seis mil inquéritos referentes aos crimes de morte cometidos nos últimos cinco anos em Alagoas. Na ocasião, o secretário Paulo Rubim, conforme noticiamos, reclamou das condições de trabalho para esclarecer os delitos. Já agora, às vésperas de mais uma eleição para prefeito, vice e vereador, não faltam notícias, todos os dias, sobre ações dos bandidos, incluindo as que estariam sendo patrocinadas ou executadas por pessoas envolvidas diretamente com a política partidária. Como se tudo isso não fosse assustador e vergonhoso para um povo necessitado de verdadeiras políticas públicas, de investimentos para a eliminação dos crônicos e crescentes números das desigualdades sociais, e do descaso em relação aos direitos humanos, vemos, na mídia, novos dados preocupantes e amedrontadores, que são os alusivos às ameaças contra a vida de autoridades do Poder Judiciário, da área policial, bem como ao envolvimento de pessoas de destaque na sociedade e até militares com o chamado crime organizado. É impressionante quantidade de desovas encontradas em vários pontos do Estado. Não podemos desconhecer os sinais de melhorias, alguns resultados até significativos no campo da segurança pública. Porém, faltam medidas mais efetivas para que os destruidores da paz as pessoas que vivem da criminalidade não mais apostem na impunidade e não se considerem bem mais estruturados do que as instituições policiais.