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Nº 5899
Opinião

Ano Paulino: o caminho que nos educa na f�

| DOM ANTONIO MUNIZ * Talvez nunca compreendamos o porquê desta atitude de Jesus e porque ele teve de passar por tudo isso. Sabemos, contudo, como nos diz o Apóstolo, que assim procedendo, Jesus se identificou conosco, aceitando a morte. Embora não tendo

Por | Edição do dia 14/09/2008 - Matéria atualizada em 14/09/2008 às 00h00

| DOM ANTONIO MUNIZ * Talvez nunca compreendamos o porquê desta atitude de Jesus e porque ele teve de passar por tudo isso. Sabemos, contudo, como nos diz o Apóstolo, que assim procedendo, Jesus se identificou conosco, aceitando a morte. Embora não tendo pecado, fez-se pecado, para nossa salvação. Assumindo nossa fragilidade humana, ele nos fez participantes de sua vida e nos interpela, como discípulos a comprometer a nossa vida com a sua, aceitando em nós o seu destino. Aos que querem segui-lo, propõe e desafia: “Se alguém quiser ser meu discípulo, renuncie a si próprio e carregue sua cruz todos os dias e siga-me” (Lc.9,23). É fundamental a consciência de que nossa vida de religiosos está profundamente enraizada nesta proposta fundamental. Nós fomos chamados para empreender um caminho de seguimento, não de uma teoria ou proposta de vida, por mais bela que seja, somos convocados ao seguimento de uma pessoa concreta, Jesus de Nazaré e, para segui-lo, temos necessariamente que abraçar a cruz. Somos, pelo dom de nosso batismo e de nossa consagração, configurados ao Cristo, tornamo-nos figuras de sua pessoa no mundo. Isto é um dom, uma graça especial que é assimilada cada dia, à medida que nos conformamos ao destino do mestre, no caminho da cruz. No dizer de São Paulo, nós “trazemos este tesouro em vasos de argila, para que este incomparável poder seja de Deus e não nosso. Embora nós vivamos, somos entregues à morte por causa de Jesus, a fim de que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa carne mortal” (2cor. 4,7-11). Somente alguém que captou e respondeu à sua vocação com toda generosidade e grandeza de alma, pode fazer uma confissão como esta que nos deixa mudos diante de tanto realismo e radicalidade. O que São Paulo diz, é verdadeiro para todos aqueles que são chamados. Vocação ao Evangelho é também vocação à cruz de Cristo. Portanto, cada um de nós deve trazer em mente esta realidade fundamental enquanto pensamos e refletimos sobre nossa própria condição de “discípulos e missionários e missionárias” de nosso Senhor Jesus Cristo. Pensando assim, estamos em comunhão de pensamento com o desejo da Conferência de Aparecida! (*) É arcebispo metropolitano de Maceió.

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