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Nº 5905
Opinião

O pr�-sal e o etanol s�o nossos

| RENAN CALHEIROS * A energia é essencial para o desenvolvimento, que vai gerar mais Justiça social, aspiração fundamental de todos os países. Uma das matrizes em que o Brasil se especializou ao longo dos anos é o etanol, fonte limpa, renovável e pratica

Por | Edição do dia 16/09/2008 - Matéria atualizada em 16/09/2008 às 00h00

| RENAN CALHEIROS * A energia é essencial para o desenvolvimento, que vai gerar mais Justiça social, aspiração fundamental de todos os países. Uma das matrizes em que o Brasil se especializou ao longo dos anos é o etanol, fonte limpa, renovável e praticamente inesgotável. Depois de altos e baixos, o setor vive um de seus melhores momentos, com plano de expandir a produção para exportá-la em nível global. De acordo com pesquisa da Unicamp, o etanol brasileiro poderá substituir 10% da gasolina no mercado mundial, em 20 anos. Tal levantamento indicou que, para o Brasil chegar a essa posição, será necessário investir R$ 20 bilhões anuais em produção e logística. A estratégia pode ser a de exportar gasolina já misturada com etanol, em até 25%, como no mercado doméstico. Nessa linha, novas descobertas do pré-sal ganham surpreendente dimensão estratégica para o Brasil. Suas gigantescas reservas de petróleo leve serão exploradas e refinadas internamente, conduzindo o País a grande crescimento da produção de etanol para exportação de ambos. De acordo com estimativas, o Brasil possui reservatórios que permitem supor reserva entre 70 e 90 bilhões de barris de óleo na camada de pré-sal. Na hipótese mais realista, essas reservas elevariam o cacife brasileiro para 104 bilhões de barris, apenas 10% abaixo do Iraque, segunda maior potência do planeta. A produção diária brasileira, nesse caso, poderia evoluir dos atuais 2 milhões para até 10 milhões de barris, gerando exportações de até US$ 100 bilhões anuais, a partir de 2020. A exploração dessa riqueza deve ser combinada com política industrial capaz de recuperar a capacidade da produção brasileira e, inclusive, impulsionar também o nosso desenvolvimento científico e tecnológico. A geração de empregos será conseqüência inevitável e ótimo cenário para a economia. O desafio agora é garantirmos nova legislação, constituída a partir de premissas que dêem a segurança de que a sua descoberta energética será explorada. Fica evidente o papel que o Congresso Nacional terá neste momento, assim como o dos órgãos governamentais que irão gerir estes recursos. O Brasil tem pressa. Sua desigualdade social e seu povo não podem esperar. Mas não é e não será por falta de riqueza que deixaremos de ter educação, saúde, segurança e qualidade de vida para a maioria do nosso povo. A dimensão das descobertas do pré-sal e a responsabilidade ética com as futuras gerações exigem decisões abertas, em conjunto com a sociedade. E é isso que pretendemos fazer no Senado Federal. (*) É senador pelo PMDB de Alagoas.

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