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Nº 5901
Opinião

Planejar ou planejar

| ÁLVARO MENEZES * Muitas notícias surgem dia-a-dia causando muitas surpresas e trazendo incompreensões. O Brasil, com a máquina de propaganda do Lulismo, parece ser maior do que é. E, na verdade, o País vem mudando e melhorando desde Fernando Henrique.

Por | Edição do dia 17/09/2008 - Matéria atualizada em 17/09/2008 às 00h00

| ÁLVARO MENEZES * Muitas notícias surgem dia-a-dia causando muitas surpresas e trazendo incompreensões. O Brasil, com a máquina de propaganda do Lulismo, parece ser maior do que é. E, na verdade, o País vem mudando e melhorando desde Fernando Henrique. Entretanto, ainda não há o hábito no Brasil e, notadamente, no poder público, de planejar para curto, médio e longo prazo. O que se faz é falar em desenvolvimento sustentável e investimentos em infra-estrutura, cada um como ato isolado. O PAC, na verdade nossa possibilidade atual de mudanças, ainda está contaminado pelo interesse imediato dos políticos. Como ter desenvolvimento sustentado em um País onde não há integração entre as áreas política, social e administrativa na gestão do Estado? Onde ricos e pobres são taxados da mesma forma, com os impostos diretos e indiretos tomando 32,8% da renda dos 10% mais pobres, enquanto os 10% mais ricos têm 22,7% de comprometimento? Toda essa situação se reflete sobre a vida do cidadão, que não visualiza quando poderá viver em cidades onde a universalização do abastecimento de água e de esgotamento sanitário sejam realidades de infra-estrutura bem planejada e executada como um todo, projetada para garantir sustentabilidade social, ambiental e econômica. A necessidade financeira é proporcional ao tamanho do país: R$ 108,4 bilhões por ano por dez anos são a conta da ABDIB para assegurar o crescimento com investimento nas áreas de energia elétrica, petróleo e gás natural, transporte e saneamento básico. Esse número pode ser diluído com certeza por um período maior, quem sabe 20 anos, desde que haja planejamento, bons projetos e boa gestão. E isso não seria de todo ruim, pois levaria a uma adaptação do mercado e universidades, afinal, com o ainda tímido movimento do PAC, é sentida a necessidade de profissionais, principalmente engenheiros, mesmo inexperientes, pois, encontrar profissionais capacitados para planejar, projetar e gerenciar grandes empreendimentos é difícil principalmente, quando parece que se atacará de uma vez todas as demandas. Um país que lança 10 milhões de metros cúbicos de esgoto por dia na natureza tem 54% da população atendida com rede de esgoto, deixa de coletar 10 milhões de toneladas de lixo por ano e possui 40% dos seus municípios com lixões a céu aberto, precisa encarar com urgência não só a manutenção de investimentos sustentados, e sim, a implantação de modelos de gestão público-privados que levem ao desenvolvimento sustentável. (*) É engenheiro civil e diretor Nordeste da Abes.

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