As desigualdades - Editorial
Em 2002, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro era de R$ 1,3 trilhão. E de acordo com uma pesquisa divulgada pelo IBGE, nove dos 5.560 municípios brasileiros respondiam por um quarto dessa renda. No que dizia respeito ao PIB per capita, o setor petrolí
Por | Edição do dia 25/09/2008 - Matéria atualizada em 25/09/2008 às 00h00
Em 2002, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro era de R$ 1,3 trilhão. E de acordo com uma pesquisa divulgada pelo IBGE, nove dos 5.560 municípios brasileiros respondiam por um quarto dessa renda. No que dizia respeito ao PIB per capita, o setor petrolífero aparecia como o maior responsável pela elevação dos municípios aos primeiros lugares. Na agricultura, os sete primeiros eram mencionados como produtores de laranja. Na relação desses últimos, constava Petrolina, em Pernambuco, sendo sua principal riqueza ligada à produção de goiaba, manga e uva graças aos benefícios da irrigação. Ainda segundo o mesmo órgão federal, o setor serviços predominava nas capitais, com duas delas (São Paulo e Rio de Janeiro), concentrando mais de 20% do total de serviços no País. A metade do PIB nacional estava concentrada em apenas 1,3% dos municípios brasileiros, onde morava um terço (33,3%) da população. Nove municípios sozinhos seis deles no Sudeste respondiam naquele ano por 25% de todos os bens e serviços produzidos no Brasil. Nelas viviam só 15,2% dos brasileiros. No outro extremo, o mesmo percentual de 25% da produção ficava a cargo de um contingente de quase 93% das cidades existentes (5.153 municípios, em números absolutos), que reuniam 43,3% da população. E das 50 cidades com menor PIB em 2002, 48 (96%) eram das regiões Norte e Nordeste. De lá para cá, tivemos eleições em todos os níveis. Mas a maior parte dos projetos e das promessas de melhoria das condições da maioria das cidades e do povo deste País, anunciada já em anos anteriores, continua na lembrança do povo e na sua crescente lista de frustrações. Realidade que pode ser modificada para melhor em futuro próximo, se a quantidade de votos colocados nas urnas, conforme a consciência do eleitorado, aumentar de maneira expressiva já a partir das próximas eleições.