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Nº 5900
Opinião

O Taj Mahal

| LYSETTE LYRA * Apressamo-nos a deixar nossa bagagem no quarto e jantar, pois nos jardins do hotel realizava-se a festa de uma das bodas, cujo cortejo presenciamos na vinda para o Jaypee. Claro que fomos bisbilhotar a festança indiana. Não pudemos invad

Por | Edição do dia 01/10/2008 - Matéria atualizada em 01/10/2008 às 00h00

| LYSETTE LYRA * Apressamo-nos a deixar nossa bagagem no quarto e jantar, pois nos jardins do hotel realizava-se a festa de uma das bodas, cujo cortejo presenciamos na vinda para o Jaypee. Claro que fomos bisbilhotar a festança indiana. Não pudemos invadir o ambiente, mas pelo menos deu para ver a noiva que usava luxuoso vestido típico, longo e todo bordado. Uma jóia lhe caia sobre a testa e ricos adereços envolviam seus braços, tornozelos e pescoço. Algumas convidadas trajavam saris inteiramente ornados de pedrarias e tinham arranjos de flores presos ao coque. Alguns homens usavam suntuosas túnicas enfeitadas com galões dourados e sapatos de pontas reviradas, cobertos de pedrinhas multicores. Mesas extensas cheias de iguarias estavam dispostas de ambos os lados do salão. A orquestra tocava músicas locais, que se misturavam ao som das vozes alegres dos convivas. Satisfeita a curiosidade, voltamos ao quarto, pois o cansaço era grande, com aquele calor e depois de cinco horas viajando. Agra, além de ser o ponto onde se cruzam linhas férreas para várias partes da Índia, é centro comercial de importância. Mas, sua maior celebridade vem de abrigar em seu perímetro uma das mais extraordinárias obras arquitetônicas que foram dadas ao mundo contemplar: o Taj Mahal, maior e mais soberbo mausoléu construído sobre a terra, considerado, com justiça, uma das maravilhas do mundo moderno. Está assentado à margem direita do Rio Jumna, tendo o céu como pano de fundo. Sha Jehan, 5º imperador Mongol, dotado de espírito romântico, artístico e realizador, era casado com a princesa Muntaz Mahal, que quer dizer a “Proclamada do Palácio”. Este nome lhe foi dado pelo sogro, por serem famosos sua beleza, seus dotes de inteligência e suas virtudes. Sha Jehan nutria pela esposa intensa paixão e, apesar da poligamia ser hábito natural para imperadores, ele só possuía uma consorte. Viveram felizes durante 19 anos e tiveram vários filhos. Foi quando a morte inclemente bateu-lhe a porta, levando-lhe o bem mais precioso, após ter dado a luz ao último fruto desse amor sublime. O imperador ficou inconsolável. Não desejava ver ninguém, nem ligava aos deveres do trono. O reino se cobriu de luto. Sua cabeleira rapidamente embranqueceu. Não suportando governar sem a companheira, que era o seu estímulo, dividiu o império entre os filhos. Seu único pensamento era construir um mausoléu para a esposa, que causasse admiração ao mundo, como derradeira homenagem àquela que tanto amara. Foram requisitados os mais renomados engenheiros e artistas da Arábia, Pérsia e Turquia, que, sob a direção de Sha Jehan, construíram a maravilha que é o Taj Mahal. (*) É escritora.

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