Viver com qualidade � urgente
| JOSÉ MEDEIROS * Lendo, recentemente, uma pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, que buscou avaliar como vai a saúde dos brasileiros, eu pude confirmar algumas suspeitas e me surpre
Por | Edição do dia 01/10/2008 - Matéria atualizada em 01/10/2008 às 00h00
| JOSÉ MEDEIROS * Lendo, recentemente, uma pesquisa do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, que buscou avaliar como vai a saúde dos brasileiros, eu pude confirmar algumas suspeitas e me surpreender com outros vários resultados. Não foi surpresa, por exemplo, que mulheres se saem melhor que homens em grande parte dos itens pesquisados sobre cuidados e prevenção de doenças. Eu, particularmente, atribuo tal resultado não somente à sensatez feminina, mas também por ser a mulher a responsável por monitorar a saúde de toda a família, principalmente, a dos filhos, o que a torna mais informada e mais consciente dos riscos. Infelizmente, quando se trata da saúde feminina, nem tudo são flores. Mulheres perdem dos homens, quando o assunto é a decisão de parar de fumar; e, ainda, elas não são tão disciplinadas para o acompanhamento da prevenção dos cânceres de mama e colo do útero, o que certamente evitaria milhares de mortes, anualmente. Mas, são os homens os campeões da falta de bom-senso, quando o assunto é saúde. São eles que fumam mais, que mais usam abusivamente álcool, refrigerantes, leite integral e carnes gordurosas. Conseqüentemente, são os vencedores nos quesitos: excesso de peso e obesidade. Mesmo assim, a pesquisa apontou que, ainda, são os homens que mais praticam exercícios físicos. Sobre consumo excessivo de álcool, brasileiros, de ambos os sexos, entre 18 e 24 anos, lideram a pesquisa. Uma das razões apontadas para isso é o marketing agressivo, assim como a pouca fiscalização sobre indústrias produtoras de bebidas alcoólicas, que já mostram tendência para centralizar mais atenção nas mulheres, que aumentam cada vez mais o consumo. Mas, nem todos os resultados são ruins na pesquisa. Se comparados a 2006, houve certa melhora nos cuidados gerais com a saúde. Exemplo disso é o aumento no consumo de frutas, entre homens e mulheres, que passou de 44% para 57%. Outro bom resultado é sobre o consumo de carnes gordurosas, que diminuiu quase 6%, em relação ao ano passado. Estamos diante de informações importantes que merecem reflexão sobre nossos hábitos diários, pois eles vão determinar não apenas que tipo de vida nós queremos ter na maturidade, mas, principalmente, até aonde chegaremos. De resto, é bom lembrar que viver com qualidade é urgente. (*) É médico e ex-secretário de Saúde e de Educação.