Poeira assentada, nos dias vindouros poder-se-á analisar com a necessária tranqüilidade estas eleições 2008. Mas, no imediato pós-encerramento dos trabalhos, é justo reconhecer como muito positivo o esforço da Justiça Eleitoral em coibir, duramente, toda e qualquer tentativa de crime eleitoral. Naturalmente, como em todo processo humano, sobrevirão procedimentos a serem melhorados nas próximas oportunidades – afinal, nada é perfeito; o importante é checarmos se estamos, ou não, no caminho certo. O caminho certo é exatamente este: centrar esforços no combate a toda possibilidade de crime eleitoral. A história brasileira está repleta de exemplos lamentáveis de manipulação dos resultados das urnas, vide os tempos das famigeradas eleições a bico-de-pena (que nada tem a ver com o estilo artístico de gravuras que leva o mesmo nome) onde os resultados eram acertados previamente entre os detentores das “penas”. Nos últimos anos, muito se agravou, pelo menos em Alagoas, as denúncias e evidências sobre a desenfreada compra & venda de votos, despontando nesse cenário fraudulento a figura do “corretor” de votos e dos deletérios “cadastros”; isso sem falar no recrudescimento do uso da violência como forma de intimidação política. Em função deste quadro, devemos saudar a integração das autoridades constituídas e das forças policiais (em seus diversos níveis) no projeto firme e transparente de mudar o rumo das coisas nas campanhas eleitorais alagoanas. Daqui a apenas dois anos teremos novas eleições, desta vez cobrindo um número muito maior de cargos elegíveis. Muito mais poder estará em jogo; tensões muito maiores estarão em campo. Os resultados deste esforço moralizador desenvolvido nestas eleições muito servirão para se avançar ainda mais nesta batalha pela cidadania plena.