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Nº 5905
Opinião

Transferindo a conta

Mantendo a escrita da demagogia globalizada em torno das questões ambientais, os países mais ricos seguem tentando transferir as responsabilidades ecológicas para os países mais pobres. Com tal “generosidade”, nações desenvolvidas procuram manter seus nív

Por | Edição do dia 08/10/2008 - Matéria atualizada em 08/10/2008 às 00h00

Mantendo a escrita da demagogia globalizada em torno das questões ambientais, os países mais ricos seguem tentando transferir as responsabilidades ecológicas para os países mais pobres. Com tal “generosidade”, nações desenvolvidas procuram manter seus níveis de crescimento industrial (e de conseqüente poluição crescente) e transferir os “freios de arrumação” contra a expansão fabril nas nações em desenvolvimento. Segundo divulgado, ontem, em Bruxelas (Bélgica), a União Européia teria criado “um mecanismo para descumprir a promessa de reduzir em 20% suas emissões de gases causadores do efeito estufa até 2010”, a partir da “transferência desta meta para projetos ‘verdes’ em países pobres”. A proposta, que entrou em pauta ontem, segundo a imprensa especializada “permitiria aos países-membros comprar ‘créditos externos’ para que até 8% das reduções aconteçam mediante o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) em países mais pobres”. Em resumo, o velho mundo, histórico dilapidador dos recursos naturais do planeta continua resistente à idéia de sofrer quaisquer reduções em seus níveis de crescimento industrial e econômico, mesmo que reconheça a degradação ambiental global. Para esses sóbrios senhores, neo-ecologistas um tanto quanto radicais, os países em vias de desenvolvimento devem abrir mão de suas pretensões de crescimento e se dedicar, pobres e “felizes”, em “limpar o ar”, para que os poderosos de sempre sigam, como sempre, poluindo o planeta sem maiores dores de consciência. É o mais alto nível de demagogia ambiental. A cota de responsabilidade para salvação da natureza deve ser repartida para todos e aos países em desenvolvimento não deve ser negada a via do crescimento. Países ricos têm de pagar a parte do leão nesta conta, pois esse prejuízo ao planeta foi causado, historicamente, pelo primeiro mundo.

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