Se n�o tem respeito, n�o tem neg�cio
| ALOÍSIO ALVES * O 4º Congresso Brasileiro de Publicidade esteve realmente à altura da indústria da comunicação do Brasil, como enfatizou o presidente da ABAP e do Congresso, Dalton Pastore. O tema que permeou a maioria dos debates foi Liberdade de E
Por | Edição do dia 09/10/2008 - Matéria atualizada em 09/10/2008 às 00h00
| ALOÍSIO ALVES * O 4º Congresso Brasileiro de Publicidade esteve realmente à altura da indústria da comunicação do Brasil, como enfatizou o presidente da ABAP e do Congresso, Dalton Pastore. O tema que permeou a maioria dos debates foi Liberdade de Expressão Comercial, daí as palestras do ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, e da jornalista norte-americana Judith Miller, presa por 85 dias, após se negar a revelar a identidade de uma fonte. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Abril, Roberto Civita, e o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, também criticaram as tentativas de cerceamento da liberdade de expressão da imprensa e da publicidade. Os congressistas colocaram em discussão assuntos e formatos novos, recomendados e aprovados por unanimidade ao final do evento como: a criação de uma cadeira de Comunicação Integrada a ser adotada pelas instituições de ensino de Comunicação Social; responsabilidade socioambiental da propaganda; a criatividade brasileira, criando e padronizando programas de estágios para garantir formações de novos talentos; eficácia no planejamento e compra de mídia; realidade dos mercados regionais oferecendo oportunidades para que cada região acelere o desenvolvimento do negócio da propaganda com estímulos à profissionalização, apenas para citar alguns dos muitos debates. O Congresso também sugere, já para 2009, promovido pela ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), a realização de um amplo seminário para discutir a regionalização do negócio da publicidade e dos clientes que operam em mercados diferentes de suas origens e que as faculdades de comunicação incluam nas grades curriculares o estudo da legislação da atividade publicitária brasileira. Licitação Pública foi uma das comissões mais concorridas, em razão dos problemas que se acumularam ao longo dos anos em torno dessa matéria. A Lei nº 8.666 estabelece normas gerais sobre licitações para obras, serviços e inclusive publicidade, que pela sua subjetividade facilita a manipulação no julgamento de propostas técnicas das formas mais fraudulentas possíveis. Foi por aí que surgiu o valerioduto, quase colocando em cheking a lisura e a honestidade das agências brasileiras, não fora a imediata intervenção da ABAP junto às autoridades e ao Congresso Nacional. Mas quem pensa que a festa acabou engana-se. Os seguidores do espertíssimo Marcos Valério espalham-se pelo Nordeste e podem estar muito próximos da gente, usando sorrateiramente agências laranjas na velha prática corrupta. Com isso, nocauteiam talentos e a capacidade dos que fazem o negócio da publicidade com ética e respeito sob as vistas das autoridades que fingem que não vêem. Nesse quesito, o Congresso faz importantes recomendações, incluindo a criação de um Conselho de Ética como instância capaz de dirimir conflitos de natureza concorrencial. O 4º Congresso Brasileiro nos deixa o legado da publicidade livre e responsável, sustentando a liberdade de expressão comercial e jornalística, difundindo cultura e entretenimento para toda a sociedade. (*) É publicitário.