A enc�clica da p�lula
Não, absolutamente não! A encíclica Humanae Vitae do sofrido Paulo VI daquele fatídico 1968, não é nada a encíclica da pílula e sim, a encíclica da paternidade responsável, do sexo santo e abençoado por Deus ou, se quiserem, como está no título, sobre a
Por | Edição do dia 10/10/2008 - Matéria atualizada em 10/10/2008 às 00h00
Não, absolutamente não! A encíclica Humanae Vitae do sofrido Paulo VI daquele fatídico 1968, não é nada a encíclica da pílula e sim, a encíclica da paternidade responsável, do sexo santo e abençoado por Deus ou, se quiserem, como está no título, sobre a regulação da natividade. Vamos reproduzir aqui alguns textos centrais do documento pontifício, que mais causou polêmica dentro e fora da Igreja e que foi audaciosamente contestado por aquele grupo de teólogos norte-americanos, que mencionei no último artigo. Diz Paulo VI: Em conformidade com pontos essenciais da visão humana e cristã do matrimônio, devemos uma vez mais declarar que é absolutamente de excluir, como via legítima para a regulação dos nascimentos, a interrupção direta do processo generativo já iniciado e, sobretudo, o aborto querido diretamente e procurado, mesmo por razões terapêuticas. É de excluir, de igual modo, como a Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta, quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher. É ainda de excluir toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante sua realização, ou também durante o desenvolvimento de suas conseqüências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação (...) Se existem motivos sérios para distanciar os nascimentos que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio, só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais que recordamos (nºs 14 a 16). Em resumo, e na prática, a Humanae Vitae condena: a) a interrupção direta do processo generativo já iniciado, isto é, o aborto; b) a esterilização do homem ou da mulher (laqueadura das trompas ou vasectomia) que torna impossível a concepção; c) a regulação dos nascimentos por meios artificiais (como pílula ou instrumentos como o DIU, a camisinha e qualquer outro). A encíclica de Paulo VI aprova: a) um meio terapêutico necessário para curar doenças, mesmo que daí resulte indiretamente a morte do feto; b) o emprego dos ritmos naturais, imanentes às funções geradoras para a prática do sexo só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade, sem ofender os princípios morais recordados na encíclica. A santidade da vida matrimonial, o santuário da família cristã, exigem sacrifícios que os cônjuges cristãos saberão muito bem abraçar na prática do sexo querido e abençoado por Deus. (*) É arcebispo emérito de Maceió.