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Nº 5900
Opinião

Jesus viveu para os demais

Amados e amadas em Cristo, vocês certamente perceberão que o tom de nossas reflexões nestes últimos meses tem sido o mesmo e temos como pano de fundo o pensamento do apóstolo Paulo; neste ano do grande Jubileu bimilenar de seu nascimento. Continuamos noss

Por | Edição do dia 19/10/2008 - Matéria atualizada em 19/10/2008 às 00h00

Amados e amadas em Cristo, vocês certamente perceberão que o tom de nossas reflexões nestes últimos meses tem sido o mesmo e temos como pano de fundo o pensamento do apóstolo Paulo; neste ano do grande Jubileu bimilenar de seu nascimento. Continuamos nossa atenção no “mistério insondável da Cruz Redentora de Cristo”. Ele é o filho amado (Mc. 1,11). Somente o amor pode gerar esta liberdade de relação, sem dominação ou medo, mas em plena confiança e maturidade. “Meu alimento é fazer a vontade do Pai que me enviou a levar a cabo a sua obra” (Jo. 4,34). A conformidade com a vontade do Pai e o crescimento do amor são elementos indissociáveis na vida de Jesus e, por conseguinte na vida daquele que cultiva a intimidade e união com Deus. “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai amá-lo-á e viremos a ele e faremos nele nossa morada” (Jo. 14,23). Vivendo para o Pai, Jesus viveu para os demais. Esta vida de entrega foi plenificada no Calvário, ápice do dom livre da vida do Filho amado. Ponto culminante do ato de obediência ao Pai e espaço da completa comunhão e solidariedade com a humanidade. Assim, o apóstolo Paulo nos introduz neste insondável mistério: “Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a condição humana e humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl. 2,7ss). Proponho que agora nos coloquemos em contemplação desta realidade da vida de Cristo e suas conseqüências em nossa vida. Tomemos a Palavra na sua simplicidade e radicalidade, como Palavra viva, dirigida a nós neste momento. Com o coração simples, acolhamos a nudez da verdade que nos é comunicada e marquemos um encontro com o Cristo vivo que nos questiona no hoje de nossa história pessoal e comunitária. Recordemos que a vida que levamos está na dinâmica de uma busca contínua de fidelidade. Lembremos que nesta busca há um único objetivo: seguir os passos de Jesus. Toda nossa vida deve ser uma luta para sermos discípulos. Por isso, questionemo-nos sobre nossa atitude fundamental e sua coerência com o Evangelho e a proposta de Jesus. Coloquemos diante de nós a humanidade de Jesus nos seus traços mais quotidianos e deixemos descortinar-se diante de nós, a partir do modelo Jesus, a possibilidade de uma experiência de santidade enraizada numa atitude de obediência que perpassa todos os horizontes de nossa existência pessoal. Percebamos que aquilo que Jesus nos propõe não é um conselho vago, desencarnado, mas algo que ele viveu de forma plena. (*) É arcebispo metropolitano de Maceió e membro da Ordem Carmelita.

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