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O munguz�

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Os fatos demonstram que os atuais fundamentos da economia brasileira encontram-se sólidos. O que não significa que estejam imunes ao desastre provocado pela farra da especulação financeira internacional, ou como declarou o ex-presidente do banco central norte-americano, Alan Greenspan, à exuberância irracional. Mas, toda essa situação pode ser chamada também como a ressaca do delírio especulativo no cassino global, onde uma minoria brinca com o destino de centenas de milhões de pessoas em todo o planeta. São vítimas: a economia dos países, empresários, profissionais liberais, agricultores de todas as áreas e principalmente os assalariados de todos os segmentos produtivos e do setor público. Nesse momento é que o Estado, esse “vilão” malhado em prosa e em verso, transforma-se do dia para a noite em salva-vidas ou em Nossa Senhora dos Afogados, para aqueles que naufragaram na roleta do cassino especulativo. Essa orgia sempre é repetida por ciclos, mais ou menos de uma década, onde uma incrível minoria aufere lucros fantásticos e seus executivos salários surrealistas, e o resto do mundo perde sem a mínima chance de sobrarem algumas migalhas. Mas a grande verdade é que quando uma teoria que justifica a tal da “exuberância irracional” é desmoralizada pelos sistemáticos terremotos da banca financeira, surge logo outra recauchutada pelos teóricos do liberalismo econômico extremado e a roleta começa a girar mais uma vez. A mais recente é o neoliberalismo, essa doutrina, também filosófica e política, que fez sucesso nos últimos trinta anos e no Brasil, nos últimos dezoito anos. Tal foi o poder e a hegemonia dessa doutrina que vários quadros políticos, sociólogos, economistas e ongueiros de vários matizes, fizeram nome e carreira em todo mundo deliciando-se com esse munguzá dos deuses. Por enquanto, na conta dessa bagaceira vai-se debitando, rapidamente, mais 20 milhões do total de 210 milhões de desempregados, enquanto a camada da população mundial que ganha menos de um dólar por dia atingirá a marca de 520 milhões de pessoas. É o que informa a Organização Internacional do Trabalho, OIT, através do seu diretor-geral, o chileno Juan Somavia. Em outra época assemelhada de “exuberância irracional” geraram o nazifascismo e todas as suas conseqüências trágicas, fartamente conhecidas. (*) É advogado.

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