Editorial
Mais rigor

O escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias do INSS expôs uma ferida profunda no sistema previdenciário brasileiro. Segundo a Polícia Federal, o esquema pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões desde 2019.
A fragilidade do sistema permitiu que entidades firmassem convênios com o INSS e aplicassem descontos sem a devida autorização dos segurados. Em mais da metade dos casos analisados, não havia nenhuma prova de consentimento por parte dos aposentados e pensionistas.
É inadmissível que os beneficiários, muitos em situação de vulnerabilidade, sejam vítimas de esquemas que se aproveitam da burocracia e da falta de fiscalização.
O INSS deve implementar mecanismos de controle mais rigorosos, como a validação biométrica para todos os contratos de desconto e a revisão dos convênios existentes.
Além disso, é essencial garantir transparência total nas operações e estabelecer canais eficazes para que os beneficiários possam denunciar irregularidades e recuperar valores indevidamente descontados.
A proteção dos aposentados deve ser prioridade absoluta. É hora de transformar indignação em ação concreta, fortalecendo a integridade do sistema previdenciário e assegurando que os direitos dos cidadãos sejam respeitados, além da responsabilização dos responsáveis pelo esquema criminoso.