Homenagem
Fonte de luz

Era o anoitecer do dia 6 de maio de 1937 e em Lakehurst, Nova Jersey, Estados Unidos, o Sol se punha e as primeiras estrelas já despontavam timidamente no céu daquele dia que ficou marcado para sempre nos anais da história da aviação. Ali, o dirigível Hindenburg, popularmente conhecido como Zedpellin, a maior aeronave já conhecida, com 245 metros de comprimento e 41,5 metros de diâmetro, que voava a 135 km/h e autonomia de voo de 14 mil quilômetros, construída na Alemanha, se preparava para fazer o seu pouso, quando, subitamente, um clarão iluminou o céu.
O dirigível popularmente conhecido como Zepellin (em homenagem ao seu fabricante, o conde Zepellin) era uma aeronave de luxo, que saía da Alemanha com uma tripulação de 65 aeronautas e 35 privilegiados passageiros atravessava os oceanos e fazia a ligação Europa/América, fazendo seus pousos em locais como o Rio de Janeiro e aeroportos dos EUA.
Naquele início de maio, em sua trajetória, Hamburgo, Rio de Janeiro, Miami, Nova Jersey, passara por Maceió e as fotografias de época o demonstram, cruzando a então pequena e acanhada Terra dos Marechais.
Voltemos ao anoitecer do dia 6 de maio de 1937. Repentinamente, um imenso clarão, acompanhado de uma explosão, iluminou os céus de Lakehurst, Nova Jersey. O dirigível Hindenburg, que utilizava o gás hidrogênio, altamente inflamável, iluminava os céus e rapidamente era consumido plo fogo para desespero geral. O que ficou conhecido como “O desastre do Hindenburg” causou a morte de 35 pessoas, entre tripulantes e passageiros e encerrou por definitivo a chamada era dos dirigíveis.
Enquanto um clarão decorrente de uma tragédia iluminava os céus norte-americanos, em uma remota e pequena cidade a milhares de quilômetros dali uma pequena e saudável criança nascia. Iluminando com alegria e esperança a sua família. Estamos daquele mesmo dia, em Maceió, Alagoas, Brasil, em que nascia Milton Hênio Netto de Gouveia, que desde então jamais deixou de ser uma fonte de luz para todos os que têm oportunidade de com ele conviver ou mesmo assisti-lo pela televisão ou por documentários no cinema.
Milton Hênio, que faz 88 anos nesta terça-feira (6), está a cada dia mais lúcido e de bem com a vida. Por décadas, fez um excepcional programa na TV Gazeta de Alagoas, onde orientava crianças e pais para terem uma saúde melhor.
Escreve artigo aos sábados que é leitura obrigatória na Gazeta de Alagoas. É presidente de honra das academias de Letras e de Medicina de Alagoas, escritor e poeta. Uma vez ao mês, proporciona a um grupo de privilegiados amigos um café da manhã, quando sempre tem uma mensagem de esperança, de fraternidade e solidariedade para todos os que têm o privilégio de estar próximos ou mesmo distantes dele. Salve o São Milton Hênio, como adequadamente o intitula o confrade Ricardo Nogueira.
