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Nº 5902
Opinião

Jaipur e suas curiosas rel�quias

Nosso suntuoso hotel é uma das luxuosas hospedarias existentes na Índia. Fica numa área agradável cercada de jardins. Ah! Que bom esse ar-condicionado! Parece que estávamos fritando no sol, lá fora! Mas não podemos nos render ao insuportável calor. Refre

Por | Edição do dia 28/10/2008 - Matéria atualizada em 28/10/2008 às 00h00

Nosso suntuoso hotel é uma das luxuosas hospedarias existentes na Índia. Fica numa área agradável cercada de jardins. Ah! Que bom esse ar-condicionado! Parece que estávamos fritando no sol, lá fora! Mas não podemos nos render ao insuportável calor. Refrescamos-nos um pouco e já saímos para conhecer o Palácio da Cidade e o Palácio dos Ventos. Era a residência oficial do Marajá, depois passou a ser usada para hospedagem dos convidados do Estado. Levando em consideração a beleza das inúmeras construções da Índia, o Palácio da Cidade não é tão bonito. Construído numa mistura do estilo mongol e do Rajput estende-se no epicentro da cidade. Atravessam-se vários portões e prédios de utilidade pública e outros palácios menores para chegar à morada real. Só visitamos o salão luxuosíssimo, cujas paredes de mármore e portas de bronze são decoradas com delicados desenhos, relevos e incrustações de pedras semi-preciosas. Do teto pendem enormes candelabros de cristal e ouro. Este edifício é hoje, também, um museu onde vemos algumas peças de artesanato, armas, armaduras e trajes usados pelos marajás e maranis, alguns do casamento de Madho Sing II. A passagem mais fotografada é a que possui dois elefantes de mármore que foram presenteados ao soberano, quando do nascimento de seu filho, o atual marajá. A parte mais interessante dessa morada real é o chamado Palácio dos Ventos. São vários andares de janelas fechadas por delicadas grades esculpidas na pedra, usadas pelas mulheres para olharem a rua, as pessoas e os festejos do lugar. Na parte exterior do palácio conhecemos o Jantar Mantar, o observatório de alta precisão, construído em 1734 por Sawai Jai Sing, o mesmo marajá que fundou Jaipur. É a prova de seu pendor para as ciências, sua paixão pela astronomia e matemática. O aparelho media a latitude e altitude do sol, observava a rotação dos astros e os signos do zodíaco. O Marajá trazia astrônomos para orientá-lo nos estudos. Sawai Jai Sing era pertencente à família Amber. Viveu muitos anos no convívio dos reis mongóis de Delhi, onde adquiriu grande sabedoria e maturidade convivendo com figuras instruídas que freqüentavam o palácio de Aurangzeb, o soberano. Astuto, influenciava o nobre que seguia suas idéias. Durante o tempo em que passou na corte mongol, o poder e o prestígio de Amber cresceram. Sawai Jai Singh, então o Marajá, resolveu chamar a nova capital de Jaipur. Convocou artistas, escultores, arquitetos, joalheiros, comerciantes para trabalharem na cidade e procurou embelezá-la construindo bazares, prédios, jardins, templos e palácios. Todos belos. As estradas foram pavimentadas com paralelepípedos... (*) É escritora.

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