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Nº 5905
Opinião

Marola ou tsunami?

Enquanto a crise ruge às portas de todos, em todo mundo, o debate sobre o que está acontecendo (e quais as possíveis soluções) segue aos sussurros, pouco ou nada acrescentando à minúscula reserva de informações disponíveis ao cidadão comum. Simplista, a

Por | Edição do dia 31/10/2008 - Matéria atualizada em 31/10/2008 às 00h00

Enquanto a crise ruge às portas de todos, em todo mundo, o debate sobre o que está acontecendo (e quais as possíveis soluções) segue aos sussurros, pouco ou nada acrescentando à minúscula reserva de informações disponíveis ao cidadão comum. Simplista, a explicação oficial da origem desse sobressalto globalizado procura depositar todas as responsabilidades na espiral especulativa que tomou conta do mercado de hipotecas nos Estados Unidos. É verdade que a jogatina hipotecária confirmou-se como armadilha internacionalizada – mas será ela a única causa? Perguntar não ofende: será que os resultados contábeis da invasão do Iraque (e a dispendiosa manutenção de dois tipos de exércitos – as tropas oficiais e as tropas de mercenários) não são muito mais vermelhos e danosos às entranhas da economia americana do que possa supor a vã filosofia globalizada? Problema pouco esclarecido, soluções plúmbeas. As brumas povoam o noticiário especializado e ninguém se arrisca a opinar sobre o amanhã, quais os cenários e quais as saídas. Serão os “fundos soberanos” soluções? Teremos um retrocesso estatizante na escalada liberal (acelerada desde a queda do Muro de Berlim)? Como reagirão os países ditos “emergentes”? Caladas, as vozes (antes entusiásticas) das teses da morte da história, renunciam a exprimir suas dúvidas. Só não tenha dúvida acerca de uma questão: mais cedo ou mais tarde, mais ou menos intensamente, a crise global se fará sentir no Brasil (onde já chegou, tenha certeza disso). E, desde já, a cobrança cidadã deve ser feita no sentido de que as autoridades nacionais produzam algo mais que declarações presidenciais de otimismo e/ou falas ministeriais em contraditórios níveis de preocupação. Marola ou tsunami, a única coisa certa é que a onda vem aí, e temos que nos preparar para ela.

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