Editorial
Transição demográfica

O Brasil está diante de uma profunda transformação demográfica que reconfigura sua sociedade e desafia seu modelo de desenvolvimento. Em 2023, pelo quinto ano consecutivo, o País registrou queda no número de nascimentos. Foram 2,52 milhões de nascidos, 12% a menos do que a média observada entre 2015 e 2019.
Os dados do IBGE refletem um movimento já em curso: a transição demográfica avança e aponta para o envelhecimento acelerado da população brasileira. Essa mudança significa que, nas próximas décadas, o Brasil deixará de ter uma estrutura populacional predominantemente jovem e passará a ter uma base envelhecida.
A inversão da pirâmide etária é uma realidade que trará grandes desafios, especialmente no campo da seguridade social e das políticas públicas. No entanto, essa transição também abre novas oportunidades. A chamada “economia prateada”, voltada ao atendimento das necessidades da população idosa, pode se tornar um motor de inovação e crescimento.
O futuro demográfico do Brasil exige ação imediata, planejamento de longo prazo e uma mudança de mentalidade. Envelhecer não pode ser sinônimo de ônus, mas de transformação. O desafio está posto — cabe à sociedade e aos governantes encará-lo com seriedade e visão estratégica.