Dia de elei��o nos EUA
Nesta noite, cidadãos brasileiros e americanos reúnem-se para testemunhar um momento histórico nos Estados Unidos. Os eleitores americanos terão a possibilidade de eleger Barack Obama como o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos ou Sarah P
Por | Edição do dia 04/11/2008 - Matéria atualizada em 04/11/2008 às 00h00
Nesta noite, cidadãos brasileiros e americanos reúnem-se para testemunhar um momento histórico nos Estados Unidos. Os eleitores americanos terão a possibilidade de eleger Barack Obama como o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos ou Sarah Palin, a companheira de chapa de John McCain, como a primeira mulher a ser nossa vice-presidente. Como embaixador dos Estados Unidos no Brasil, fiquei impressionado com o grande interesse dos brasileiros pelas eleições americanas de 2008. Sem dúvida, esse interesse advém do fato de nossas nações terem muito em comum: sociedades formadas por culturas, raças, etnias e religiões diversas e por cidadãos que participam do processo democrático com orgulho e dedicação. Foi uma longa corrida para a Casa Branca e, certamente, uma disputa histórica. Ao analisar o período de campanha, constatamos que tivemos um grupo extremamente diversificado de candidatos, dos dois principais partidos, em busca da indicação para concorrer à Presidência. Hillary Clinton quase venceu a disputa para a indicação democrata. O mórmon Mitt Romney e o hispano-americano Bill Richardson também tentaram obter a indicação de seus respectivos partidos. Ao longo de 219 anos, desde a eleição de George Washington como o primeiro presidente dos EUA, em 1789, a democracia evoluiu em meu país. É uma democracia em que não há barreiras intransponíveis capazes de impedir talentosos líderes de aspirar ao mais alto cargo da nação. Os americanos comemoram esse fato e as possibilidades que cada nova eleição representa. Também comemoramos o grande privilégio e responsabilidade que são compartilhados pelos cidadãos de todas as democracias o poder de escolher nossos governantes pelo processo eleitoral. Uma democracia forte e vigorosa é algo que, como bem sei, os brasileiros valorizam tão profundamente quanto os americanos. É o alicerce da liberdade em nossos países e nossos cidadãos estão empolgados com o processo eleitoral. Acompanhei, atentamente, as recentes eleições municipais no Brasil e cumprimento o povo brasileiro por ter participado das decisões que afetam suas famílias, comunidades e nação. Certa vez, o ex-presidente americano Dwight D. Eisenhower disse: A política deveria ser a profissão de meio expediente de todos os cidadãos que queiram proteger os direitos e privilégios dos homens livres. É com esse espírito que tenho observado com grande orgulho a participação do eleitorado americano. Nos Estados Unidos, o voto não é obrigatório. Portanto, é significativo notar que jamais vimos tamanho interesse nas eleições como neste ano. À medida que o entusiasmo em torno das eleições de 2008 foi aumentando, nos últimos meses, os eleitores americanos e o resto do mundo analisaram mais atentamente as histórias de vida e as plataformas políticas dos candidatos. Que tipo de pessoa ascende ao topo do sistema político dos Estados Unidos? Quais são seus atributos, suscetibilidades e pontos fortes? Durante o ano, os americanos reuniram-se em cafés, escolas, associações de veteranos de guerra e centros comunitários para encontrar-se com os candidatos, discutir questões importantes e analisar quem deveria ser o próximo presidente dos Estados Unidos. O eleitor americano continua esperançoso em relação ao futuro. Durante a campanha, os americanos buscaram um líder que demonstrasse capacidade de reconhecer e resolver os desafios enfrentados pelos Estados Unidos no século 21 e, ao fazê-lo, assegurasse o papel do país como líder e parceiro no cenário mundial. Reconheço que os brasileiros estão ansiosos para saber o que está por vir. Nesse período de transição para um novo governo, tenho uma certeza: o Brasil continuará sendo um dos mais importantes e confiáveis parceiros, bem como um dos maiores amigos dos Estados Unidos. O Brasil é um parceiro líder e estratégico no comércio, energia, segurança e cultura, com o qual trabalhamos em uma ampla gama de questões. O novo presidente reconhecerá que temos uma parceria duradoura baseada em valores compartilhados e metas comuns. Nossa parceria se fortaleceu ao longo dos anos dos presidentes Kubitschek e Kennedy, passando por Cardoso e Clinton, até Lula e Bush e perdurará com o próximo governo e seus sucessores. Estados Unidos e Brasil: duas nações que trabalham para aumentar a prosperidade e a parceria para as futuras gerações do continente e de todo o mundo. (*) É embaixador.