O Fort Ambar
Saímos às 6 horas para conhecer o famoso Fort Ambar que fica a 11 km de Jaipur e cuja importância, além de artística, vem de ter sido a primeira capital. A subida do monte, onde está localizado, terá que ser efetuada no lombo de elefantes. O guia nos diz
Por | Edição do dia 04/11/2008 - Matéria atualizada em 04/11/2008 às 00h00
Saímos às 6 horas para conhecer o famoso Fort Ambar que fica a 11 km de Jaipur e cuja importância, além de artística, vem de ter sido a primeira capital. A subida do monte, onde está localizado, terá que ser efetuada no lombo de elefantes. O guia nos diz que em maio, quando a temperatura chega aos 50 ºC, esses animais, que são bastante calorentos, entram em férias. Todos se alvoroçam com a idéia da inédita carona. Câmaras fotográficas em punho, prontas para eternizar o momento raro. Subir no animal ajoelhado já é uma proeza, mas quando ele dá um solavanco para se levantar, o coração fica aos saltos. Ao terminar a ascensão, chega-se a um enorme pátio, lugar onde se juntavam os soldados do reino e ficavam os elefantes do Marajá que aí vivia. Altas muralhas e extensos ambientes de coloração amarela compõem o Fort Ambar. Foi construído no século 16, numa mistura da arquitetura hindu e muçulmana, por Raja Man Singh, comandante em chefe dos exércitos de Akbar. Sua primeira estrutura foi completada pelo seu descendente Jai Singh I. Nos seguintes 150 anos sofreu várias modificações. Para chegarmos ao complexo de edifícios, temos que atravessar escuros corredores. Suas construções são em pedra avermelhada ou em mármore branco, delicadamente trabalhado. Admiráveis! Uma delas é bastante peculiar, toda recoberta de pequenos espelhos, tarefa que levou anos para ser feita. Era a sala de audiências. Outros ambientes apresentam afrescos e pinturas representando cenas da vida cotidiana. Algumas paredes são cobertas de intricados entalhes ou preciosos mosaicos. O Fort Amber está dividido em quatro seções ligadas por escadas a um salão comum. A entrada principal é uma estreita escada que leva ao templo de Kali, também conhecido por Shila Devi. Tornou-se popular pelos enormes leões de prata que o ornamentam. Muito interessante é a estátua de Ganesha talhada em coral que existe na entrada do templo. Um dos prédios mais bonitos é o Ganesha Pol, onde aconteciam as procissões e paradas. Dedicado ao Lord Ganesha, todo decorado com mosaicos, afrescos e esculturas e com um balcão, chamado Suhag Mandir, com janelas em gelósia, de onde as mulheres do harém podiam apreciar o movimento e jogar pétalas de flores no soberano. Atrás do Ganesha Pol estão os jardins e o Palácio de Jai Mandir, onde vivia o Marajá. Suas janelas são lindamente talhadas no mármore. O teto e as paredes são cobertas de trabalhos feitos em cristais e pedras coloridas. Suas portas esculpidas em sândalo, encaixam-se em portais de mármore. Quando a temperatura subia muito, águas aromatizadas desciam em cascata pela moldura das portas refrescando o ambiente. Do forte avista-se o Lago Maota e Jaipur. (*) É escritora.