Editorial
Responsabilidade coletiva

As fortes chuvas que vêm castigando Alagoas desde o fim de semana deixaram um rastro de destruição, alagamentos, deslizamentos e centenas de pessoas fora de suas casas. Embora eventos climáticos intensos estejam se tornando mais frequentes, as tragédias resultantes não podem ser atribuídas apenas à natureza.
O cenário atual revela uma crise anunciada, fruto da ocupação desordenada, da ausência de planejamento urbano e da negligência com os serviços básicos de infraestrutura. A impermeabilização do solo, as construções em áreas de risco e a coleta ineficiente de lixo transformam chuvas em catástrofes.
A responsabilidade legal recai sobre os municípios, mas a realidade impõe uma ação integrada entre os entes federativos. É urgente priorizar investimentos em moradia digna, saneamento e urbanização.
Ao mesmo tempo, deve-se insistir em campanhas educativas para que a população colabore com a limpeza urbana e evite descartar resíduos sólidos em locais inadequados. Sem isso, todos os anos teremos o mesmo cenário.
Sem um esforço coletivo e contínuo, os alagamentos continuarão sendo um triste retrato da incapacidade de gerir nossas cidades com responsabilidade e visão de futuro.