Opinião
Reino dos impostos

Estabilidade cara, essa da moeda brasileira. Até as forças armadas nacionais estão sendo desidratadas sob o fogo da purificação monetária. Aonde levará tal estabilidade? Nunca é bom perder de vista exemplos do próximo, como no caso da vizinha Argentina. Para onde vai a riqueza brasileira? Essa é uma pergunta que não pode ser calada. Se por um lado o governo corta os gastos, do outro sangra o contribuinte, arrecadando cada vez mais, consolidando uma verdadeira ditadura dos impostos. Segundo cálculos de instituições especializadas, governo é sócio privilegiado de todas as empresas, pois suga aproximadamente 37% do faturamento de cada empreendimento. Os impostos compõem o Produto Interno Bruto (PIB), numa média de 34%, representando o índice mais elevado do mundo, confirmando que o contribuinte brasileiro paga mais que o do Japão, Estados Unidos, Suíça, etc. Numa realidade dessas, o que dizer quando falta dinheiro para educação, saúde, segurança pública e tudo mais que representa direitos da cidadania? Investimentos em prol do desenvolvimento não têm sido notados. Reforma Tributária, isso o governo federal não quer nem ouvir falar. Tem suas razões, pois aumentou a arrecadação em 40% durante os dois mandatos de FHC. Uma mina. Um dos exemplos dessa política extrativista foi a invenção da CPMF, apelidada de contribuição. Justificada como meio de se aumentar as verbas para a saúde, a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras ficou em definitivo, virou mais um imposto sobre todos os contribuintes brasileiros. Parece coisa da época medieval, quando os príncipes decidiam arrecadar mais dinheiro e fabricavam impostos a seu bel prazer. Sem serviços públicos dignos, sem perspectivas de desenvolvimento, o povo brasileiro vai sendo a cada dia mais apertado pela máquina de impostos. É o povo que está virando suco. Os candidatos à Presidência da República precisam deixar claro quais suas propostas para essa realidade. Esse deveria ser um dos pontos para a definição do voto consciente.