Editorial
Reformas estruturais

A provocação do Presidente da Câmara, Hugo Motta, ao dar prazo de dez dias para que a equipe econômica do governo apresente alternativas ao aumento do IOF, recoloca no centro do debate político a urgência de modernizar o Estado brasileiro. Manter os investimentos públicos e o funcionamento da máquina administrativa sem recorrer ao aumento de impostos exige, necessariamente, a adoção de reformas estruturais profundas.
O atual modelo fiscal está exaurido. A elevação constante da carga tributária, além de penalizar a produção e o consumo, não resolve o desequilíbrio estrutural entre receitas e despesas públicas.
Cortes pontuais e medidas paliativas apenas adiam o enfrentamento de um problema que compromete a sustentabilidade das contas e o crescimento econômico.
Reformas como a administrativa e a revisão de subsídios são cruciais para aumentar a eficiência do gasto público e garantir a previsibilidade fiscal. O Brasil precisa de um Estado que funcione melhor, com menos desperdício e mais foco em resultados.
O desafio está posto. Cabe agora ao Executivo e ao Congresso assumirem a responsabilidade de desenhar um novo pacto fiscal que preserve a capacidade de investimento público sem sobrecarregar ainda mais a sociedade.