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Nº 5905
Opinião

Ao mestre, com carinho e eternas saudades

“É a liberdade aduzida de consciência social”, Gilberto de Macedo. Pois é, doutor Gilberto de Macedo nos deixou. Alguma parte de nós se perde quando aqueles que contribuíram para nossa formação se vão. Mas também muita coisa transmitida por eles fica.

Por | Edição do dia 09/11/2008 - Matéria atualizada em 09/11/2008 às 00h00

“É a liberdade aduzida de consciência social”, Gilberto de Macedo. Pois é, doutor Gilberto de Macedo nos deixou. Alguma parte de nós se perde quando aqueles que contribuíram para nossa formação se vão. Mas também muita coisa transmitida por eles fica. E o que fica reforça o espírito daqueles/as que continuam na travessia do devenir existencial, para que continuem na luta da vida sem perder de vista os ensinamentos do mestre: o pensar humanamente, analisando com criticidade e eticamente os reais problemas que afligem o ser humano nessa contemporaneidade visando contribuir cotidianamente na construção de uma sociedade livre, igualitária e plenamente democrática. Era esse o sonho e os ensinamentos do mestre. Lembro-me bem das belas aulas de psicologia social, psicopatologia; verdadeiras obras de arte intermediadas pela beleza do por do sol e do chacoalhar das ondas do mar, lá no Campus Tamandaré. Ali, naquela oficina pedagógica, era trabalhado, com uma sedução didática e amorosa com seus alunos e alunas, o ser humano em suas múltiplas dimensões, o sentido da história humana com a dialeticidade de seus acontecimentos e, sobretudo, apontava que para compreensão do mundo, dos problemas humanos e sociais, era necessária uma postura “dialógica x dialética”, do ponto de vista “clínico, filosófico, humanístico, antropológico, tecnológico, político e ético”. A base de análise se dava no passeio teórico pelos filósofos: Platão, Aristóteles, Plotino, Kierkegard, Marcel, Sartre, Schopenhaeur, Shelling, Marx, Freud, Adorno, dentre outros. Saíamos dessas oficinas comprometidos/as com a política, a ética na perspectiva dos gregos na busca de um bem. Essa busca está entrelaçada com as dimensões do ser humano, do desejo, das paixões, das angústias, da certeza, das dúvidas, dos sonhos, e da nossa perplexidade diante do mundo, de nós mesmos e de nosso imaginário. O coração da Ufal, com certeza está abalado. A Associação dos Docentes da Ufal, da qual Gilberto de Macedo foi um de seus fundadores, continuará na defesa da Universidade Dialética, pública, autônoma e democrática; comprometida com a produção do conhecimento libertador e com a não-violência. Eis o legado deixado pelo professor Gilberto. É por tudo isso que ele continuará sempre vivo entre nós. (*) É professora da Ufal e presidenta da Adufal.

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