S�o Bernardo e mais
Um dos mais prestigiados festivais de cinema da América Latina, o de Brasília, fará a abertura de sua 41ª edição com a exibição do filme São Bernardo, dirigido por Leon Hirszman, em 1972, sobre a obra homônima de Graciliano Ramos. Alagoas tem a obrigaçã
Por | Edição do dia 11/11/2008 - Matéria atualizada em 11/11/2008 às 00h00
Um dos mais prestigiados festivais de cinema da América Latina, o de Brasília, fará a abertura de sua 41ª edição com a exibição do filme São Bernardo, dirigido por Leon Hirszman, em 1972, sobre a obra homônima de Graciliano Ramos. Alagoas tem a obrigação de reconhecer-se neste tipo de obra e reconhecer a grandeza da produção em foco, dentre outros justos motivos, pelo fato da película ter sido locada onde o magistral escritor ambientou seu romance, o município de Viçosa, o que rendeu outras descobertas destacadas de valores da cultura popular local. Hospedados na cidade de Viçosa, os artistas e produtores conduzidos por Hirszman enturmaram-se tão bem que um deles, o também saudoso Mário Lago decidiu levar adiante, depois de findo os trabalhos de filmagem de São Bernardo, o projeto de pesquisa sobre a vida de um dos mais brilhantes cantadores nordestinos, o que rendeu o livro Chico Nunes das Alagoas. Muitas histórias gravitam em torno da história filmada em São Bernardo. Mas, naturalmente, isso não faz parte da agenda do 41º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, cuja abertura está confirmada para 18 de novembro, exatamente daqui a uma semana. Além dos aplausos, a decisão do Festival de Cinema de Brasília merece ser entendida pelos alagoanos como estímulo e saudável provocação para uma valorização da destacada presença de alagoanos e obras sobre Alagoas na sétima arte. Escolas de nosso Estado têm a obrigação de trabalhar essa filmografia como instrumento valioso na ampliação dos horizontes e do autoconhecimento do povo alagoano. São Bernardo, Vidas Secas, Memórias do Cárcere, Joana Francesa, Quilombo dos Palmares, O Homem da Capa Preta... são alguns desses títulos, todos premiados nacionalmente, mas ainda pobremente assistidos pelo público caeté. É hora de mudar isso e Alagoas se ver, de verdade, na tela.