Ao mestre dr. Gilberto, com admira��o
Recebo a notícia do falecimento do querido mestre e amigo dr. Gilberto de Macedo. Volto ao tempo: passo a lembrar a Avenida Tomás Espíndola, Farol, onde fomos vizinhos por muitos anos. Cresci vendo sua carismática família crescer. Amigo de meus pais, tín
Por | Edição do dia 12/11/2008 - Matéria atualizada em 12/11/2008 às 00h00
Recebo a notícia do falecimento do querido mestre e amigo dr. Gilberto de Macedo. Volto ao tempo: passo a lembrar a Avenida Tomás Espíndola, Farol, onde fomos vizinhos por muitos anos. Cresci vendo sua carismática família crescer. Amigo de meus pais, tínhamos uma convivência carinhosa e fraternal. Sua meiga esposa dona Carmen, sempre demonstrou um afeto especial à mamãe, também Carmen. Figura discreta e cordial, dr. Gilberto sintetizava harmonia e bom humor. Referia-se sempre à nossa família como: Vizinhos sem porteiras. Encontro-o anos depois, no curso de Medicina da Universidade Federal de Alagoas como professor da disciplina de Psiquiatria. Entusiasmei-me pela especialidade, graças à eficiência e profundidade transmitida pelo docente. Em 15 de março de 2007 em suas sábias publicações, às quintas-feiras no jornal Gazeta de Alagoas, o ilustre médico escreveu sobre: Brilho humano. Assim começou: Dotado, figurativamente, de rico esplendor, é o brilho humano. Esse brilho dá vida nas diversas atividades do homem, dizendo da verdadeira grandeza deste, quando, manifestada em sua real naturalidade, das plenas características de pureza de espírito. Estava escrevendo, inconscientemente, sua autobiografia. Mais adiante continua: Na esfera dos sentimentos, o brilho, no amor verdadeiro respectivamente dos pais, dos filhos, e dos amantes, é único e incomparável, sem o qual não há felicidade. Quanta beleza e sabedoria! Nesse último parágrafo, brilhantemente, definiu seu contexto familiar. Chego, acompanhada de Cícero, ao Parque das Flores para fazer a última homenagem ao amigo. Vou ao encontro de dona Carmen. Ao abraçar seu filho Maurício, também médico e notável escritor, ele logo expressou: Vizinhos sem porteiras. Emocionei-me. Abracei os demais filhos. Relembrei o querido Guilherme, de bondade infinita, que, precocemente, nos deixou. O amor! Eis a asa que Deus deu à alma, para que possa subir até ele, diz a genialidade de Michelangelo. Com o profundo amor reinante na família Ferreira de Macedo, dr. Gilberto e Guilherme já subiram até ao Senhor! Antes de seu corpo baixar à sepultura, ouvimos menções de elogios, numa justa homenagem à sabedoria e ao bem que dr. Gilberto de Macedo legou à sociedade Alagoana. Descanse em Paz, querido mestre! (*) É médica e empresária de Turismo.