Editorial
Paz frágil

A recente retórica belicista da Rússia, que insinua a possibilidade de um conflito nuclear, não é apenas uma estratégia de intimidação política, mas um perigoso jogo que coloca em risco a segurança internacional.
Desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022, o Kremlin tem recorrido a ameaças nucleares como forma de dissuadir o apoio ocidental a Kiev. No entanto, a normalização desse discurso é um alerta de como é frágil a paz no século XXI.
Embora analistas e serviços de inteligência avaliem que a Rússia não tenha real interesse em desencadear um conflito nuclear, a pressão psicológica gerada serve ao propósito claro de dissuadir o apoio ocidental à Ucrânia e frear o reforço na Otan.
Uma guerra nuclear não teria vencedores—apenas catástrofe e destruição em escala global. O próprio presidente Vladimir Putin já admitiu esse fato.
É imperativo que as potências ocidentais mantenham a firmeza diplomática, sem ceder ao terror nuclear, mas também que canais de diálogo permaneçam abertos para evitar mal-entendidos catastróficos. Ao mesmo tempo, é crucial reforçar mecanismos de controle de armamentos.
Paz é uma conquista que exige vigilância e coragem para defender os limites da humanidade.