Editorial
Infância abreviada

Entre 2023 e abril de 2025, mais de 6.300 menores foram retirados de situações de trabalho precoce em todo o País. A maioria, 86%, estava submetida às piores formas de exploração — em ambientes perigosos, insalubres e altamente prejudiciais ao seu desenvolvimento físico, emocional e educacional.
Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego revelam uma tendência preocupante: o número de casos cresce ano após ano. Em apenas quatro meses de 2025, o País já afastou mais de mil crianças e adolescentes do trabalho infantil, o que representa quase 40% do total registrado em 2024. Essa realidade exige atenção urgente do poder público e da sociedade.
Neste 12 de junho, Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, é essencial reforçar a mobilização contra essa prática ilegal, que retira da infância seu verdadeiro significado: brincar, aprender, crescer com dignidade. A campanha deste ano — “Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro” — é um chamado direto à consciência coletiva.
Proteger as crianças é garantir que nenhuma seja forçada a trocar os livros por ferramentas, nem a escola pelo trabalho. O Brasil assumiu o compromisso internacional de erradicar o trabalho infantil até 2025. A meta é ambiciosa, mas inadiável.
