Necessidade b�sica
Já se disse que um país se constrói com homens e livros. Na modernidade contemporânea, a forma da assertiva merece ajustes, em primeiro lugar, para deixar claro que homem quer dizer ser humano, afastando quaisquer conotações preconceituosas de gênero
Por | Edição do dia 18/11/2008 - Matéria atualizada em 18/11/2008 às 00h00
Já se disse que um país se constrói com homens e livros. Na modernidade contemporânea, a forma da assertiva merece ajustes, em primeiro lugar, para deixar claro que homem quer dizer ser humano, afastando quaisquer conotações preconceituosas de gênero e/ou sexo. Em segundo lugar, livro merece uma ampliação para as demais alternativas de fonte de conhecimento. Mas o conteúdo segue atualíssimo: um país e uma comunidade se constroem (fortes) com seres humanos e muito estudo. E conhecimento se obtém também fora dos bancos escolares, em centros do saber dentre os quais as bibliotecas seguem sendo a opção mais popular e de maior retorno educacional. E quando se pensa em biblioteca no século 21, fala-se em um centro de leitura e estudo, onde a internet e demais opções virtuais têm, cada vez mais, espaços maiores à disposição do público; além, lógico, do imortal livro propriamente dito. Neste sentido, cai como uma luva a reportagem publicada pela Gazeta de Alagoas anteontem, dando conta das dificuldades atravessadas pela Biblioteca Pública de Alagoas. Deve servir como alerta o conjunto de dados, lamentáveis, levantados pela reportagem. As autoridades responsáveis devem abrir os olhos e investir, além dos recursos mais expressivos que possam ser obtidos junto ao governo federal, verbas próprias do erário alagoano para sanar algumas das deficiências apontadas, pois como defendia Thomaz Espíndola nos idos de 1865, sem os serviços educacionais fornecidos por instituições como as bibliotecas públicas é que uma sociedade não marcha bem; porque se despreza muitas vezes o aperfeiçoamento moral para se cuidar só do material, quando este deve marchar pari passu daquele. A moral da história é simples: ler não é luxo, é um investimento no futuro da comunidade.