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Avanços

Guerra da Medicina

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Além dos conhecidos avanços técnicos ocorridos durante as principais guerras dos últimos 150 anos, cada uma delas também produziu avanços significativos na medicina. Alguns desses avanços foram completamente inovadores, devido a circunstâncias que ocorrem principalmente em tempos de guerra – por exemplo, ferimentos muito graves - e alguns expandiram novas descobertas recentes que ainda não se tornaram comuns na prática civil.

Um exemplo é a Guerra Civil Americana (1861-1865), que impulsionou o uso significativo da anestesia, descoberta apenas em 1846. Apesar das cenas horríveis de pilhas de membros frequentemente exibidas na televisão, os pacientes submetidos aos procedimentos o faziam com total insensibilidade à dor terrível que era sentida em todas as cirurgias anteriores. Antes da anestesia, a principal marca da excelência cirúrgica era a rapidez com que o procedimento podia ser concluído. O uso da anestesia possibilitou avanços significativos nas capacidades cirúrgicas que perduram até os dias atuais.

A Primeira Guerra Mundial trouxe o uso regular das transfusões de sangue, que até então eram bastante raras. Postos de socorro em campos de batalha foram instalados bem próximos aos locais de batalha, salvando muitas vidas. Outro avanço importante durante aquele período foi o uso de motoristas de ambulância voluntários que iam ao campo de batalha durante o combate para resgatar os feridos. Os voluntários eram objetores de consciência que prestavam esse serviço, ao invés de usar a violência. Ernest Hemingway foi um deles. Um dos resultados da Primeira Guerra, decorrente do uso de gazes nas trincheiras, proporcionou o desenvolvimento da quimioterapia do câncer alguns anos depois.

A Segunda Guerra Mundial viu a expansão do uso dos antibióticos como um avanço muito significativo. As sulfas descobertas em 1935 e a penicilina, desenvolvida em 1939, as doenças infecciosas eram a principal causa de morte em todo o mundo. Outro avanço significativo durante essa guerra foi o uso de placas de metal para auxiliar na cicatrização de fraturas. Essa técnica foi desenvolvida pelos serviços médicos militares alemães e descobertas pelos aliados ao examinar prisioneiros alemães que necessitavam de Raios X.

A Guerra da Coreia levou a uma economia ainda maior de vidas pelo uso de helicópteros para evacuações de campos de batalha e remoção de feridos para hospitais mais equipados, tipo MASH. A Guerra do Vietnam produziu uma série de avanços importantes na prática médica, entre eles o uso de produtos sanguíneos congelados, que podem ser usados até um ano depois, enquanto o sangue fresco dura apenas um mês. Avanços também no tratamento das queimaduras, com o uso de curativos impregnados com antissépticos e antibióticos ajudou a reduzir infecções perigosas. O manejo adequado dos fluídos corporais também teve grande desenvolvimento ali.

Outros avanços decorrentes dessa guerra, tanto para militares como para civis, foi o reconhecimento do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) no pós-guerra, o que antes levava à Corte Marcial e que foi descrito e catalogado por psiquiatras de hospitais de veteranos.

Apesar de todos esses avanços médicos – repudiamos o que ocorre atualmente no Oriente Médio e Ucrânia - associados às batalhas -, a maioria deles teria surgido com o tempo de qualquer maneira. Portanto, não recomendamos que a guerra seja um caminho útil para a criação de inovações médicas

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