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Nº 5900
Opinião

Ecos do Dia de Zumbi

Mais um 20 de Novembro se vai deixando uma série de interrogações e reclamações arroladas com comemorações e premiações. Muito se avançou em relação ao 20 de novembro de 1979, quando teve início a onda de peregrinação contemporânea ao sítio histórico do

Por | Edição do dia 21/11/2008 - Matéria atualizada em 21/11/2008 às 00h00

Mais um 20 de Novembro se vai deixando uma série de interrogações e reclamações arroladas com comemorações e premiações. Muito se avançou em relação ao 20 de novembro de 1979, quando teve início a onda de peregrinação contemporânea ao sítio histórico do Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga. Apesar dos evidentes avanços (o próprio tombamento oficial do sítio Serra da Barriga é uma dessas conquistas), muito mais se poderia e deveria ter avançado. Na verdade, o saldo chega a ser frustrante, considerando-se o excepcional potencial legado pelos quilombolas desde o idos do século 17. No dia seguinte ao Dia Nacional da Consciência Negra, a mídia sempre registra desencontros, descumprimento de promessas, desilusões. O que fazer para mudar esse rumo? Em primeiro lugar, evitar que um único dia, 20 de novembro, continue a concentrar exageradamente as atenções das forças envolvidas nesta causa. Por todos os motivos, desde os interesses mais fundos da cidadania até os resultados turísticos imediatos, o patrimônio legado pelos Palmarinos de Zumbi, Ganga Zona, Ganga Zumba, Aqualtune e todas as heróicas personagens guerreiras contra a escravidão, não pode ser encarado como um conjunto de atos realizado num dia. Todos esses interesses só se materializarão quando forem entendidos como partes integrantes de uma política continuada, com eventos permanentes estendidos por todo o ano (e aí, lógico, com preponderância da data histórica específica). Existem sinais desta compreensão positiva, como o trabalho diuturno, continuado, levado adiante pela gerência de inclusão social da Secretaria de Educação e pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Ufa, dentre outros bons exemplos. Infelizmente, bons exemplos ainda isolados, e que deveriam inspirar políticas públicas mais ousadas e continuadas.

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