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Nº 5905
Opinião

A dimens�o do problema

É importante considerar a verdadeira essência dos fenômenos surgidos da crise econômica internacional, originária da farra especulativa nos Estados Unidos da América e transformada, rapidamente, em um grave desconforto mundial. Os EUA e a Comunidade Euro

Por | Edição do dia 21/11/2008 - Matéria atualizada em 21/11/2008 às 00h00

É importante considerar a verdadeira essência dos fenômenos surgidos da crise econômica internacional, originária da farra especulativa nos Estados Unidos da América e transformada, rapidamente, em um grave desconforto mundial. Os EUA e a Comunidade Européia vão apresentando claros sinais de uma forte recessão, anunciada oficialmente pela principal economia do velho mundo, a Alemanha. Já a projeção do crescimento norte-americano é de zero por cento. Tudo isso significa que a economia real foi contaminada em grande escala. Portanto, não é sem motivos que poderosos conglomerados como a americana General Motors e a alemã Basf, anunciam o fechamento de várias unidades produtivas, com a conseqüente demissão de milhares de operários. Apesar das promessas de socorro de créditos estatais é muito pouco provável que a débâcle seja facilmente estancada ou mesmo que não ocorram malandragens em busca do dinheiro do contribuinte. Na verdade, a origem desse surto nas finanças internacionais vem realmente da total irresponsabilidade dos especuladores globais. O fato é que vários desses que formam a nata dos espertalhões mundiais, de iates de luxo e smoking, seguramente deverão sair bem mais podres de ricos que anteriormente. No entanto, a questão é que a economia que produz efetivamente a riqueza foi atingida em cheio e não se sabe exatamente a extensão do estrago produzido. Mas não dá para acreditar que as conseqüências no primeiro mundo serão maiores que nos países considerados emergentes e especialmente no Brasil, Rússia, Índia. A China é um caso à parte porque a sua poderosa economia possui excepcionais mecanismos de defesa para enfrentar a crise. Aos chamados emergentes, como o Brasil, será repassada a conta dessa farra. Quanto aos países subdesenvolvidos, a situação deverá ser dramática. O Brasil será atingido, no contexto internacional, pela depreciação das nossas commodities, a restrição mundial ao crédito, o preço dos insumos importados, o refluxo nas exportações, e os ataques especulativos. Mas é possível, ao Estado, construir instrumentos para salvaguardar a riqueza produzida com tantos sacrifícios. A realidade impõe soluções políticas e econômicas não ortodoxas na exata dimensão dos problemas. (*) É advogado.

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