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Nº 5905
Opinião

Arte amante do Brasil

A exposição de pintura intitulada BRamante, que trouxe a Maceió 25 telas, acompanhadas de seu autor, o artista baiano César Romero, continuará a ser visitada até o dia 25 de novembro de 2008, no Museu de Arte da Fundação Pierre Chalita, em Jaraguá, no hor

Por | Edição do dia 22/11/2008 - Matéria atualizada em 22/11/2008 às 00h00

A exposição de pintura intitulada BRamante, que trouxe a Maceió 25 telas, acompanhadas de seu autor, o artista baiano César Romero, continuará a ser visitada até o dia 25 de novembro de 2008, no Museu de Arte da Fundação Pierre Chalita, em Jaraguá, no horário comercial. Quão agradável é, no campo do saber, ouvir um cientista explicando pessoalmente sua teoria, ou participar da platéia de um conferencista-escritor, aplaudir ao vivo um cantor, um pianista, uma orquestra ou um coral, assistir numa praça da cidade à exibição de um grupo folclórico, apreciar, num museu ou numa galeria, o trabalho plástico dos artistas. A presença física do “outro criador” e o poder encantatório do produto criado ainda não se dobraram à pretensão da modernidade de lhes roubar a aura. Detentor de grande talento, capacidade de organização e de ação, César Romero é um modelo para todos quantos desejam praticar a arte, visando alcançar bons resultados no circuito mercadológico. Com uma produção bastante significativa, ele vem procurando realizar mostras não só no Brasil assim como em outros continentes, tendo peregrinado por vários países latino-americanos, europeus, africanos, e asiáticos. Os frutos dessas andanças estão registrados nas opiniões da crítica especializada, que ele coleciona envaidecido, pois representam o testemunho do reconhecimento do mérito de sua obra criativa, construída ao longo dos anos. Fiel ao barroco, estilo tão bem ajustado à alma nativa, admirador fervoroso da arte popular baiana, seduzido pelo aporte africano à civilização brasileira, César Romero foi cruzando harmoniosamente essas contribuições em “faixas emblemáticas”, enfunadas pelo vigoroso vento Nordeste. O sopro forte da energia eólica engravidou-as tantas e infinitas, sendo-lhes desconhecido o começo do feito e impossível lhes prenunciar um fim. Elas, prenhes de significações desenhadas pelos símbolos que carregam, transformam-se em composições musicais coloridas, como se Johann Sebastian Bach pintasse ou se César Romero compusesse, e lá se vão, belas, num crescendo pictórico-musical, dobrando-se e desdobrando-se com suas variações em torno de um mesmo tema. Não se pode, ao falar da arte desse brasileiro brotada de nossas raízes, e por isso mesmo tão nacional, deixar de enfatizar a técnica com que é realizada, em que uma variada gama de tons são obtidos pela manipulação exigente de pigmentos, na persecução de uma expressão estética refinada, com traços, luzes e sombras, volume e velaturas. (*) É professora.

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