Editorial
Mudança de prioridades

O Brasil assume hoje a presidência do Mercosul em um momento decisivo para o futuro do bloco. Após uma gestão argentina marcada por tensão diplomática e foco geopolítico, a transferência para Lula representa não só uma mudança de liderança, mas uma virada de prioridades.
Enquanto a Argentina, sob Milei, dedicou-se a propostas como a criação de uma agência contra o crime organizado e pressionou por reformas liberais no bloco, o Brasil promete retomar pautas urgentes e estratégicas, especialmente com o retorno ao discurso climático às vésperas da COP 30, que ocorrerá em Belém.
Além disso, com o objetivo de preservar e impulsionar o Acordo de Paris, Lula pretende colocar a sustentabilidade no centro da agenda regional — um contraste claro com a abordagem anterior, que relegou essas discussões a segundo plano.
Esse conjunto de iniciativas reforça a imagem de um Brasil atuante no cenário internacional, disposto a fortalecer a integração sul-americana com um olhar social, ambiental e de combate às desigualdades.
Nessa virada de comando, o Brasil tem a oportunidade de reafirmar o Mercosul como um ator regional fundamental, promotor de sustentabilidade, inclusão social e integração comercial.