Editorial
Pauta ambiciosa

O Rio de Janeiro recebe, neste domingo (6) e na segunda-feira (7), a 17ª Cúpula do Brics, sob a presidência rotativa do Brasil, um evento que reúne as maiores economias emergentes do Sul Global, da África ao Oriente Médio, passando pela Ásia.
A pauta é ambiciosa: cooperação em saúde, comércio e investimentos, clima, inteligência artificial, segurança global e fortalecimento institucional do bloco, temas que refletem a urgência de uma agenda comum.
Entre as principais apostas está o fundo de garantias multilateral do Novo Banco de Desenvolvimento, que visa atrair investimentos privados para infraestrutura e transição climática com menor custo de financiamento. Também ganha força a preferência por transações em moedas locais, reduzindo a dependência do dólar. Ao mesmo tempo, enfrenta desafios internos, como o risco de divergências entre visões mais pragmáticas, como a do Brasil, e agendas geopolíticas assertivas de China, Rússia e Irã.
A cúpula do Rio simboliza a ambição do Sul Global em influenciar o futuro multilateral. Se bem sucedida, poderá impulsionar um cenário geopolítico mais justo. Seu êxito, entretanto, dependerá da capacidade de harmonizar interesses variados, transformar planos em ações e resistir a pressões externas.