Opinião
M�quinas em recuo

Merecem todas as atenções e estudos os alarmantes dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a queda na produção industrial brasileira. Não é surpreendente esta constatação, pois confirma o quadro de retrocesso geral que marca o Brasil de FHC. Malgrado os esforços dos marqueteiros palacianos, a tentar impigir à Nação a falsa idéia de progresso, é mesmo o retrocesso o outro lado da moeda da estabilização. Segundo o IBGE, a produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio passado, em relação a maio de 2001. Para piorar ainda mais a situação, o baque não é um problema localizado no mês das noivas. O mais grave é que nos últimos 12 meses, a produção industrial brasileira também teve desempenho negativo, atesta o IBGE. Nas 12 áreas industriais acompanhadas pela pesquisa, cinco registraram aumento na produção industrial, enquanto em sete a coisa despencou. A maior queda foi na Bahia, onde foi registrado menos 19% no volume produzido pelas indústrias. Em Minas Gerais, o trem desceu o morro, e a produção industrial recuou em 7,5%. O mais grave, porém, são os dados colhidos em São Paulo, em função da inegável condição desse Estado como cabeça da atividade industrial no Brasil (e na América Latina). A indústria paulista retrocedeu em sua produção total 5,6%. A locomotiva brasileira está deslizando nos trilhos. A pesquisa do IBGE revelou que a queda da produção industrial em São Paulo estendeu-se por 14 dos 19 setores estudados. Detalhe importante: o setor de material elétrico e comunicações paulista pulou para trás em 29%. Uma queda olímpica, num setor estratégico, pois aí está contida uma significativa queda no segmento de microcomputadores e demais equipamentos de informática. Como vaticina a filosofia popular, além de queda coice, a Federação de Indústrias de São Paulo avalia que o segundo semestre será ainda pior que o primeiro. Risco-Brasil é isso aí, uma estabilização de fachada.