Uma onda de crimes
Para quem gosta de tentar tapar o sol com peneiras, a mídia alagoana poderia ser alvo de velhas acusações de sensacionalismo em função da repetição das manchetes sobre a violência e a desenvoltura do crime organizado. Afinal, quem procura desculpas para
Por | Edição do dia 28/11/2008 - Matéria atualizada em 28/11/2008 às 00h00
Para quem gosta de tentar tapar o sol com peneiras, a mídia alagoana poderia ser alvo de velhas acusações de sensacionalismo em função da repetição das manchetes sobre a violência e a desenvoltura do crime organizado. Afinal, quem procura desculpas para fugir aos problemas reais, sempre encontra algum bode expiatório. E, de fato, a cada dia mais e mais notícias sobre ocorrências violentas vão se acumulando nas pautas tantas que terminam por extrapolar os tradicionais espaços destinados ao noticiário policial, transbordando matérias para as áreas antes destinadas a outros temas. Seja nos veículos impressos, nas rádios, TVs e internet, uma enxurrada de crimes invade o noticiário. Quem desejar se esquivar desta tragédia pode apelar para explicações furadas como acusar a mídia por exagerar. Mas, infelizmente, tão dramática quanto ululante, a realidade não permite que desculpas esfarrapadas como essa venha à tona. O sensacionalismo sanguinolento está, unicamente, a cargo do crime organizado em Alagoas. Nesses tempos recentes tantas e tão ousadas são as ações criminosas que parecem fazer parte de algum plano organizado, como se tratasse de uma demonstração de força em desafio às autoridades constituídas e, especialmente, um recado endereçado à cúpula policial alagoana. Ou será simplesmente a realidade, nua e crua, da nossa insegurança pública? Em quaisquer hipóteses, o desafio está lançado às autoridades policiais de Alagoas. E precisa ser respondido à altura e sem mais delongas e protelações. Queremos crer que essa realidade ainda possa ser modificada através do enfrentamento contundente ao crime organizado. Queremos crer que as forças policiais serão capazes de superar seus desencontros internos e suas limitações materiais, engajando-se decididamente nesta luta. Seriam vãs essas crenças ?