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Nº 5900
Opinião

Tempo e Hist�ria

Hoje, meus 42 anos de vida pública emergem em lembranças. Memórias que percorrem minha atuação parlamentar, iniciada durante um dos momentos mais dramáticos enfrentados pelo País, em 1966. Recordações que passam pela minha presença na Assembléia Legislat

Por | Edição do dia 30/11/2008 - Matéria atualizada em 30/11/2008 às 00h00

Hoje, meus 42 anos de vida pública emergem em lembranças. Memórias que percorrem minha atuação parlamentar, iniciada durante um dos momentos mais dramáticos enfrentados pelo País, em 1966. Recordações que passam pela minha presença na Assembléia Legislativa de Alagoas, Poder que tive a honra de presidir; à frente do Executivo alagoano no fim da década de 1970; no Senado Federal durante os anos 80; na Prefeitura de Maceió a partir de 1989; e, novamente, no Senado Federal até 1998. Reminiscências que desembocam na época de democracia restaurada que comemoramos com os 20 anos da Constituição, esforço cívico do qual participei refletindo o exemplo de meu pai, deputado constituinte. Relembro o ano fatídico de 1968, em que o véu do desalento toldou minha vida com a morte de meu pai, então Senador. E nossas vidas com o confisco das liberdades por meio do AI-5. Vieram a revogação dos Atos Institucionais, o fim da censura, a superação do bipartidarismo e a implantação do pluripartidarismo; a Lei de Anistia; a restauração das eleições diretas para os governos estaduais e a esperança vã, logo desfeita, das “Diretas Já”. Morreu Tancredo, assumiu Sarney. O legítimo voto popular elegeu Collor, Fernando Henrique, Lula... Nestas quatro décadas, estimulado pela têmpera sempre presente de meu pai, pela fortaleza referencial de minha mãe e pelo apoio de minha família – em que foi essencial a solidariedade e o amor de minha esposa –, busquei humildemente construir trajetória de defesa irrestrita de nosso Estado e de nossa Nação. Itinerário no qual dou por perseguida mais uma trilha ao concluir minha missão como ministro desta instituição republicana mais que centenária: o Tribunal de Contas da União. Nesta Corte, tive a alegria de compartilhar nove anos de um esforço indispensável rumo à austeridade necessária e inalienável às contas públicas. Doei-me, ofertei. Mas, incomparavelmente, muito mais recebi em afeto, em aprendizado e em demonstrações irrefreáveis de zelo para com o patrimônio nacional. Faltam-me palavras capazes de dar conta da imensa gratidão que nutro por amigos ministros e por todos os servidores que com sua dedicação a esta Casa, e a esta causa, engrandecem o Brasil. Hoje, agraciado e envaidecido, dou-me por completo. A passagem pelo TCU coroa meus 42 anos de vida pública, os quais, imersos no infindável tempo, selam para eternamente a minha história. (*) É ministro do Tribunal de Contas da União.

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