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Nº 5900
Opinião

A divina liturgia: a s� doutrina e a palavra de Deus

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Por | Edição do dia 30/11/2008 - Matéria atualizada em 30/11/2008 às 00h00

Chamo de Divina Liturgia, para trazer bem presente São João Crisóstomo às nossas mentes, o que o Sacrosanctum Concilium Vaticano II chamou de Sagrada Liturgia! A liturgia cristã sempre esteve, junto com a palavra de Deus, na nervura central da vida e da missão da Igreja de Jesus Cristo. É uma forma de dizer louvando, o mistério inaudito da fé cristã, no hoje, no aqui de nossa história. Faço esta reflexão por estarmos entrando em um tempo litúrgico extremamente belo e ao mesmo tempo rico do ponto de vista bíblico-teológico: O tempo do advento! Os cantos devem ser apropriados a este tempo; bem como os textos bíblicos e as homilias. Importante: que os cantos sejam transmissores dos momentos da liturgia. Tudo na liturgia deve conduzir-nos ao cerne do mistério da presença de Deus: “Ele está no meio de nós”! Portanto, mais do que falar sobre Deus, nós estamos aqui, em nossos momentos litúrgicos, para escutá-lo. Para isto, faz-se necessário aquele espaço de silêncio interior e exterior, a fim de que sua palavra ecoe aos nossos ouvidos com a eficácia transformadora que ela carrega. Muitas vezes as nossas liturgias são cheias de barulho e de tanto formalismo, que não experimentamos um milímetro do mistério de Deus que está no meio de nós. A Palavra é viva e eficaz “operante e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetrante até a separação entre a alma e o espírito, entre as articulações e medulas, e perscrutadora dos pensamentos e intenções do coração” (Heb. 4,11-12). Como fazer com que esta palavra penetre realmente em nossas vidas, levando-nos à verdadeira mudança de vida e de atitudes? Somente arraigados na força desta palavra que nos desconjunta por inteiro, é que nós, numa atitude de escuta, tentaremos recompor nossa própria vida, descobrindo a realidade mais significativa e apaixonante de nossa existência e a beleza da vida cristã que abraçamos que, muitas vezes, esconde-se atrás de nossas certezas, de nossas convicções já fossilizadas. Eis aí o objectivo da liturgia na vida cristã, aí reside o sentido e finalidade dos chamados Tempos Litúrgicos. Devemos vivê-los na profundidade de seu sentido e na riqueza de sua diversidade. Na simplicidade daquilo que realmente somos, que de tão humilde, tornou-se tão quotidiano, poderemos sentir a força renovadora da presença de Deus que se nos revela. Deixemos de tanto barulho em nossas liturgias e cultos. Vamos permitir que Deus nos fale também por meio de nossas celebrações. Me permitam continuar com este encantador assunto. (*) É arcebispo metropolitano de Maceió.

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