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Nº 5905
Opinião

Um mundo em crise

Se alguém ainda teima em achar a crise atual uma conversa mole, deveria estar prestando mais atenção ao noticiário internacional. Justiça seja feita, nossa onda econômica negativa – se não é tão insignificante quanto uma marola – não está entre as grandes

Por | Edição do dia 06/12/2008 - Matéria atualizada em 06/12/2008 às 00h00

Se alguém ainda teima em achar a crise atual uma conversa mole, deveria estar prestando mais atenção ao noticiário internacional. Justiça seja feita, nossa onda econômica negativa – se não é tão insignificante quanto uma marola – não está entre as grandes vagas que castigam países até muito tempo atrás considerados baluartes inabaláveis do neoliberalismo sustentável. O mais impactante é a estatística americana recente, dando conta de que, em novembro deste ano, “a taxa de desemprego no país [Estados Unidos] subiu para 6,7%, a mais alta dos últimos 15 anos. Em outubro, o índice era de 6,5%”. As informações são de fonte fidedigna, o Departamento do Trabalho, instituição que informa ainda ter detectado em novembro o 11º mês consecutivo com o registro de aumento de corte nas vagas de trabalho nos Estados Unidos. Algum xenófobo tupiniquim, ou algum esquerdista de pouca leitura, um simplesmente um anti-americano fundamentalista, poderá achar tal realidade “uma boa”. Ledo engano: Quando as superpotências tropeçam, invariavelmente, elas pisam no pé (ou na cabeça) de outrem. E essa atual onda de desemprego estaria restrita aos Estados Unidos? Nem pensar – economias “exemplares”, modelos de gestão contemporânea, como a da Espanha, começam a dar sinais de rachaduras, com a atenção da mídia local sendo atraída para a explosão populacional nos alberques. No caso espanhol, os migrantes estão sendo os principais penalizados nesta fase. A rede católica Cáritas dispõe, somente em Madrid, de 245 albergues e nessas casas superlotadas detectaram a presença de 70% de estrangeiros dentre seu público carente (quando em 2007 esse índice era de 21%). Sem alarmismo, nem muito menos arrogância, os brasileiros devem se preparar mais para enfrentar essa realidade: os inevitáveis efeitos da crise global.

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