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Nº 5900
Opinião

Superando os preconceitos

Há alguns dias atrás nas dependências do Hotel Confort Dowtown no Centro de São Paulo, um pequeno grupo constituído por apenas 30 tradicionais hospitais que se dedicam ao combate ao câncer em todo o País (a ABICC) e que atendem a maioria dos casos novos d

Por | Edição do dia 06/12/2008 - Matéria atualizada em 06/12/2008 às 00h00

Há alguns dias atrás nas dependências do Hotel Confort Dowtown no Centro de São Paulo, um pequeno grupo constituído por apenas 30 tradicionais hospitais que se dedicam ao combate ao câncer em todo o País (a ABICC) e que atendem a maioria dos casos novos de câncer que surgem no Brasil, fizeram uma assembléia geral que contou com a presença do governador José Serra, candidatíssimo ao Planalto em 2010. Serra cuja agenda é sempre superlotada, conseguiu comparecer à reunião de uma associação com apenas 30 membros e lá passou a maior parte da noite. Por duas razões: primeira, a Associação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Combate ao Câncer (ABIFCC) é muito séria, muito respeitada e congrega as mais tradicionais entidades brasileiras que se dedicam a esta luta. Segundo: queria mostrar o que vêm fazendo em São Paulo através das parcerias com as entidades filantrópicas de saúde no melhoramento de atendimento ao SUS. A Santa Casa de Maceió é uma das fundadoras da ABIFCC; associação que repudia a MP do governo que mistura entidades filantrópicas sérias e outras fajutas. Serra mostrou que 52% dos atendimentos e internamentos para o SUS em São Paulo são feitos pela rede filantrópica. Diante dos custos reduzidos configurados pelas filantrópicas em relação ao mesmo atendimento quando efetuado na rede pública, o governador tem não só incentivado, como aumentado esta parceria em São Paulo, que conta com o Hospital das Clínicas, gigantesca entidade estatal. Aqui em Alagoas, deparamo-nos com uma labiríntica encruzilhada: a importantíssima estrada para a Barra de São Miguel, fundamental para o desenvolvimento do nosso turismo, provavelmente não disporá de dinheiro suficiente dos cofres públicos federais. O que fazer? Ficar lamentando e lambendo as feridas da nossa pobreza e atraso, que continuam ganhando todos os certames nacionais dos piores índices (maior mortalidade infantil, pior qualidade de escola, menor expectativa de vida) ou superar os preconceitos e partir para uma parceria público-privada? Mesmo que para tal tenhamos que pagar pedágio no uso da estrada? O que é pior? Não ter estrada adequada às necessidades, ou tê-la e pagar o justo, inclusive para mantê-la em boas condições? O nosso atraso, a nossa pobreza, em muito decorrem da dependência excessiva do governo, do estatal. A cruel realidade já não permite que percamos as poucas oportunidades de desenvolvimento por preconceitos e ranços ideológicos que nortearam o nosso passado e nos deixaram nesta deplorável situação. (*) É médico e professor da Uncisal.

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