Editorial
Compromisso contínuo

Relatório apresentado ontem durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da Organização das Nações Unidas (ONU), na Etiópia, revela que o Brasil está novamente fora do Mapa da Fome. O País está abaixo do patamar de 2,5% da população em risco de subnutrição ou de falta de acesso à alimentação suficiente e é reconhecido como exemplo de superação e política pública eficaz, graças a programas como o Fome Zero, às transferências de renda e à alimentação escolar.
A conquista, no entanto, não é definitiva. A fome não foi erradicada, e os dados revelam que 3,4% dos brasileiros ainda enfrentam insegurança alimentar severa — cerca de 7 milhões de pessoas que não sabem se terão comida no prato no dia seguinte. Outros 28,5 milhões lidam com insegurança alimentar moderada.
O histórico recente mostra que retrocessos são possíveis. A volta ao mapa em 2021, após cortes em políticas sociais e os efeitos da pandemia, é um alerta. A redução na pobreza e na fome exige compromisso contínuo, políticas consistentes e foco nos mais vulneráveis.
Estar fora do Mapa da Fome é um marco, mas não um ponto final. A luta contra a fome exige atenção permanente. O Brasil provou que tem capacidade para avançar. Agora, precisa garantir que continue nesse caminho.